O objetivo de resolver uma crise de saúde que viu milhares de pacientes deixados de fora dos hospitais superlotados no Reino Unido
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, reuniu ministros do governo, médicos e gerentes de serviços de saúde no número 10 da Downing Street – a sede seu governo – neste sábado com o objetivo de resolver uma crise de saúde que viu milhares de pacientes deixados de fora dos hospitais superlotados no país. O governo informou que estava “reunindo as melhores mentes dos setores de saúde e assistência para ajudar a compartilhar conhecimento e soluções práticas”.
O Partido Trabalhista, da oposição, repudiou a reunião, avaliando-a como “um bate-papo”, e especialistas alertaram que não há soluções rápidas para problemas de longa duração no Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês, o equivalente ao SUS britânico), financiado pelo Estado.
O sistema de saúde britânico enfrenta muitas pressões, incluindo o aumento da demanda por atendimento após o relaxamento das restrições pandêmicas, um surto de gripe e outros vírus de inverno após dois anos de bloqueio, e uma escassez de pessoal devido ao esgotamento pandêmico e à seca de trabalhadores europeus no Reino Unido após o Brexit.
A crise acontece em meio a um longo debate sobre como financiar e administrar o NHS, criado em 1948 para fornecer atendimento gratuito a todos, financiado por meio de impostos. Como em outros países industrializados, a expectativa de vida mais longa e o envelhecimento da população aumentaram a demanda pelo serviço amplamente apoiado, mas constantemente sobrecarregado. Ainda, o NHS tem sido uma “batata quente” política. Políticos da oposição acusam o Partido Conservador, no poder desde 2010, de constantemente subfinanciar o serviço de saúde ou tentar privatizá-lo furtivamente.