O governo do Reino Unido está adotando uma visão muito “restrita” da segurança em inteligência artificial (IA) e corre o risco de ficar para trás na corrida pelo domínio da nova área tecnológica. Essa é a conclusão de um relatório do Comitê de Comunicações e Digital da Câmara dos Lordes do Parlamento divulgado na última quinta-feira, 1.
Para o estudo, o governo deve redirecionar seus esforços para lidar com os riscos mais imediatos à segurança e à sociedade apresentados por grandes modelos de linguagem (LLMs), como violação de direitos autorais e desinformação.
“Precisamos abordar os riscos para poder aproveitar as oportunidades, mas precisamos ser proporcionais e práticos”, disse a presidente do Comitê de Comunicações e Digital, a Baronesa Stowell, em comunicado. “Devemos evitar que o Reino Unido perca uma possível corrida ao ouro em IA.”
Foi dada a largada
Apesar da ação mais lenta do governo inglês, as startups do ramo de IA do Reino Unido são as que mais recebem investimentos, depois de Estados Unidos e China, segundo o AI Index Report, da Universidade de Stanford.
Eles somaram US$ 4,3 bilhões em 2022, um montante ainda muito inferior aos investimentos de US$ 13,4 na China e dos US$ 47,3 nos EUA no mesmo ano.
Ao contrário da União Europeia, o governo britânico tem sido mais lento em adotar regulações mais robustas para a IA.
Atualmente, o país se limita a compromissos voluntários aderidos por empresas e tem um órgão composto por acadêmicos e experts em machine learning para identificar riscos.
Nas próximas semanas, o governo britânico deve publicar uma série de critérios pelos quais as novas tecnologias podem estar sujeitas à legislação, segundo o jornal Financial Times.