Segundo Prefeitura, alvará de execução da obra não foi apresentado. Prédio desabou na quarta; seis pessoas ficaram feridas e uma morreu.
O delegado que investiga o desabamento de uma igreja evangélica em Diadema, no ABC, disse que a reforma que era realizada no imóvel foi feita por leigos. Uma mulher morreu e outras seis pessoas ficaram feridas no desmoronamento ocorrido na quarta-feira (15).
“A obra estava sendo executada sem o alvará de execução emitido pela Prefeitura e sem o acompanhamento de um engenheiro”, disse o delegado Miguel Ferreira da Silva.
A Prefeitura de Diadema disse que soube da ausência de alvará da igreja da Assembleia de Deus na segunda (13). “Os nossos fiscais estavam passando pelo local, avistaram a obra, foram ver se havia algum tipo de documentação e não tinha”, afirmou o prefeito de Diadema, Lauro Michels. “Ele [fiscal] fez a notificação para que apresentasse esse documento.”
A polícia abriu um inquérito para apurar o desabamento. Os investigadores querem descobrir quem autorizou a reforma sem o acompanhamento de um técnico.
Na tarde desta quinta (16), operários começaram a demolir a estrutura que desabou. Por segurança, só depois que parte dos escombros for removida é que os peritos do Instituto de Criminalística (IC) vão começar a apurar as causas do acidente.
“A obra já estava paralisada há mais de 15 dias. É uma igreja antiga, com mais de 60 anos. A documentação estava sendo agilizada junto à Prefeitura”, disse o advogado da Assembleia de Deus, Kaique Nicolau de Lima.
Desabamento de igreja Renascer
Em 2009, o telhado da sede da igreja Renascer, no bairro do Cambuci, na Zona Sul de São Paulo, desabou, matando nove pessoas e deixando mais de 100 feridas. Nesta quinta-feira, uma juíza da capital determinou o confisco de 20% do dízimo arrecadado diariamente nos cultos da instituição para o pagamento de indenização a uma das vítimas.
A decisão da juíza Daniela Dejuste de Paula, da 21ª Vara Cível, foi publicada no Diário Oficial de 23 de maio, mas divulgada pela defesa da vítima em 2 de junho.
O advogado da Renascer, Roberto Ribeiro Junior, diz que estranhou a divulgação da informação pelo defesa da vítima, já que havia sido acordado entre ambos um acordo extrajudicial para pagamento de R$ 26 mil, que ainda não foi assinado.
Em 2012, a sentença condenou a instituição a pagar R$ 10 mil de indenização por danos morais. Houve recurso e, após a intimação para pagamento não ser atendida pela Renascer, a juíza mandou a penhora do caixa da igreja até o valor atualizado de R$ 27.546, informou o Tribunal de Justiça (TJ).