A Operação Caminhos do Cobre, realizada para combater uma rede criminosa ligada a grandes recicladoras do Rio de Janeiro, identificou movimentações financeiras que totalizam R$ 2,5 bilhões, conforme dados da Polícia Civil (PCERJ).
Os criminosos utilizavam empresas legais do setor de reciclagem para disfarçar essa quantia substancial.
Nesta quarta-feira (18/6), a Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) cumpriu 35 mandados de busca e apreensão no estado do Rio de Janeiro, focando em grandes recicladoras de metais localizadas nas regiões dos Lagos e da Baixada Fluminense.
Detalhes da Investigação
Os envolvidos davam aparência de legalidade aos materiais furtados, como cobre e cabos subterrâneos, utilizando a estrutura formal das recicladoras.
Durante a operação, foi monitorado todo o percurso do cobre roubado, desde a retirada dos fios em vias públicas até sua entrada no mercado formal.
Os produtos eram comercializados para recicladoras de médio e grande porte, muitas das quais estavam oficialmente registradas, mas atuavam também de forma ilegal, cometendo crimes de receptação.
Um dos principais acusados, que participava ativamente do furto dos cabos subterrâneos, usava um caminhão modificado para esses crimes em outubro de 2024. Ele era proprietário de um ferro-velho em Jacarepaguá (RJ) e enviava grandes valores para a principal empresa alvo da investigação, situada em Nilópolis (RJ).
Essa companhia, localizada na Baixada Fluminense, movimentou individualmente mais de R$ 792 milhões, valor muito superior ao seu capital declarado.
A investigação também revelou saques realizados em espécie em valores fracionados, intermediados por terceiros, incluindo agentes públicos, aumentando as provas de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio.
Desdobramentos da Operação Caminhos do Cobre
Os locais alvo da operação incluíram depósitos, galpões e residências. Durante as buscas, os agentes apreenderam documentos, registros bancários, mídias eletrônicas, veículos e materiais ilegais, visando desmantelar a estrutura financeira do grupo criminoso.
Desde setembro de 2024, a operação já apresenta resultados relevantes:
- Fiscalização de 262 estabelecimentos;
- 87 prisões em flagrante relacionadas a furto e receptação de cabos;
- Apreensão de cerca de 250 toneladas de fios de cobre e materiais pertencentes a concessionárias de serviços públicos.
Além disso, foram tomadas medidas para o sequestro de bens de alto valor, como cavalos de raça, carros de luxo e imóveis de alto padrão, todos vinculados à rede criminosa desarticulada.