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quinta-feira, 14/11/2024
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‘Queria matar Alexandre de Moraes e quem estivesse juntos’, afirma à PF ex-mulher de autor de atentado

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Em Brasília

Francisco Wanderlei Luiz foi candidato à vereador pelo PL Santa Catarina em 2020

A ex-mulher de Francisco Wanderlei Luiz, autor das explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília, afirmou à Polícia Federal que o homem “queria matar o ministro Alexandre de Moraes e quem mais estivesse junto na hora do atentado”. Ela foi localizada em uma cidade no interior de Santa Catarina, de onde saiu para mudar para Ceilândia, no Distrito Federal.

De acordo com Daniela Lima, da Globo News, as declarações de Daiane foram registradas informalmente, mas ela já está sendo levada à uma delegacia para formalizar seu depoimento. A PF teria apurado ainda que o autor do atentado compartilhou as pesquisas que fez para planejar o crime que executou na noite desta quarta-feira, 13.

Quando recebeu os registros das pesquisas feitas por Francisco, ela o questionou: “Você vai mesmo fazer essa loucura?”.

A investigação até o momento aponta que ele integrava grupos radicais. A ex-esposa afirmou ainda que ela, ele e demais integrantes desse grupo chegaram a fazer parte do acampamento golpista em Santa Catarina, pedindo pelo ato antidemocrático de 8 de janeiro.

Francisco Wanderlei Luiz escreveu recado no espelho da casa onde morava
Foto: Reprodução/GloboNews

Na casa que ele alugou em Ceilândia, a Polícia também encontrou uma inscrição no espelho, relacionada ao ato terrorista de 2023. Ele escreveu: “DEBORA RODRIGUES, Por favor não desperdice batom. Isso é para deixar as mulheres bonitas. Estátua de merda se usa TNT.”

Segundo a reportagem, a PF acredita que a mensagem deixada foi para Débora Rodrigues, presa por vandalizar a Estátua da Justiça com a frase: “Perdeu, Mané”.

Outras figuras conhecidas eram ameaçadas
Francisco, foi candidato a vereador em 2020 pelo PL de Santa Catarina, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. A GloboNews aponta que, de acordo com o informe da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), ele era conhecido por publicar ameaças contra ministros do STF, além de políticos e outras figuras públicas, como jornalistas, nas redes sociais.

Em seus posts no Facebook, conforme descreve o documento, ele afirmou que haveria bombas escondidas nas casas de políticos como o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e José Sarney, e que explodiriam em 72 horas.

Francisco Wanderlei Luiz, autor do atentado ao STF
Foto: Reprodução/Facebook

Ele também convocou uma “revolução” que teria início em 15 de novembro. Comparou a PF com a Gestapo, da polícia secreta oficial da Alemanha Nazista, e à SS (Schutzstaffel) – organização paramilitar ligada ao Partido Nazista–, e pediu a Donal Trump, presidente eleito nos Estados Unidos, que enviasse uma “operação Storm”.

Também se dirigiu aos generais Freire Gomes e Tomás Paiva, pedindo que “se por acaso for decretado Estado de sítio”, ficassem “ao lado do povo”, “do contrário, a inteligência vai entrar em ação”.

Ele ainda falou ao diretor-geral da Abin, afirmou que os discípulos guerreiros da divindade” estariam em toda a América Latina. O homem postou foto de dentro do plenário do STF afirmando que “deixaram a raposa entrar no galinheiro”. A foto é de uma visita ao órgão em 24 de agosto.

O relatório da Abin diz que em imagens postadas, Wanderleu indica que havia plenajeado tirar a sua vida no ataque, pois afirma: “Vamos brindar??? Não chores por mim! Sorria!!! Entrego a minha vida para que as crianças cresçam com liberdade[…]”. Em agosto ele havia postado uma “carta aos interessados”, convocando protestos contra o judiciário por todo o país.

Ele é réu por várias ações penais, entre elas, incolumidade pública, por infração de medida sanitária, crime de desobediência e furto.

O ataque
O crime ocorreu por volta das 19h30 desta quarta-feira, 13, em frente ao STF, em que Francisco detonou artefatos explosivos e morreu no local. Ele teria percorrido cerca de 400 metros até morrer, após o carro em que estava explodir. Essa é a distância entre o local onde o corpo dele foi encontrado e o veículo que pagou fogo, conforme o O Globo.

Ao menos duas explosões foram ouvidas em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). A primeira teria sido no carro, estacionado no anexo IV da Câmara dos Deputados. No veículo incendiado próximo ao local também foi encontrado “uma bomba caseira”, com objetos explosivos e tijolos.

O caso ocorreu durante uma sessão da Câmara, que foi suspensa. A área foi isolada pelas forças de segurança e o prédio do STF, evacuado.  A Polícia Civil e a Polícia Federal investigam o caso.

O incidente gerou preocupação e medidas de segurança foram reforçadas na região. Após o ocorrido, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) fez varredura no entorno do Palácio do Planalto, para buscar outros explosivos.

Testemunhas teriam visto o suspeito se aproximar do prédio do STF e, em seguida, ouviram as duas explosões, que tiveram intervalos de cerca de 20 segundos entre elas.

Em nota, o STF confirmou que “dois fortes estrondos foram ouvidos” ao final da sessão de hoje e que os ministros, servidores e colaboradores foram retirados do prédio.

“Ao final da sessão do STF desta quarta-feira (13), dois fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança. Os servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela. Mais informações sobre as investigações devem aguardar o desenrolar dos fatos. A Segurança do STF colabora com as autoridades policiais do DF”, diz o comunicado.

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