O prazer feminino, ao mesmo tempo em que é muito discutido, tem vários mistérios e curiosidades que vêm sendo desvendados. Em uma recente pesquisa para entender como o cérebro das mulheres se comporta durante o orgasmo, descobriu-se que não é preciso toda a enorme concentração de que falam e até encontraram um “superpoder”: elas ficam mais resistentes à dor.
O estudo, realizado pela Universidade Rutgers, nos Estados Unidos, contou com 10 voluntárias realmente interessadas em ajudar, pois as condições foram muito peculiares! Além de precisarem atingir o orgasmo dentro de uma máquina de ressonância magnética (aquelas enormes, geladas), elas precisaram fazer isso com a cabeça parada (só assim as imagens conseguem ser precisas) – e em dois momentos: se masturbando e sendo estimuladas por um parceiro.
Para que se mantivessem imóveis, foi utilizado um estabilizador de cabeça e, claro, contou-se com muita boa vontade e perseverança de cada uma das voluntárias. Deu tão certo que uma das mulheres, de 74 anos, teve dois orgasmos dentro da máquina! Assim, duas descobertas se mostraram bem interessantes:
Que concentração máxima?
Alguns estudos mais antigos afirmavam que a mulher só seria capaz de atingir o clímax quando se concentrasse completamente sobre as sensações físicas, suprimindo outras áreas do cérebro, inclusive a que trabalha a emoção. Mas, de cara, esse mito já foi desmascarado. A máquina mostrou que, na verdade, todas as áreas cerebrais que envolvem emoções, sentidos, memórias e movimentos estão ligadas ao orgasmo, e vão ganhando força até o clímax (da relação sexual e das atividades do cérebro).
Maior resistência à dor
Diz a lenda urbana que as mulheres são muito mais resistentes à dor que os homens, e “está aí o parto normal para provar isso”. Em um antigo estudo, esse “superpoder” já havia sido descoberto, com dados impressionantes, como o fato de elas ficarem até 75% mais tolerantes a estímulos dolorosos.
Isso porque uma região chamada “núcleo dorsal da rafe” e outra conhecida como “núcleo cuneiforme” entram em maior atividade, liberando serotonina (neurotransmissor do prazer) suficiente até ter efeito analgésico. O curioso é que esse controle consegue ser feito mentalmente e, no dia a dia, fica bem exemplificado em situações como exames de sangue e tatuagens. Depois dessa informação, fica até mais fácil entender porque fetiches que envolvem dor dão prazer a algumas pessoas.
O que os cientistas tentam descobrir, agora, é o que levou o corpo a evoluir para esse trabalho em conjunto da dor e do prazer e, claro, se isso também acontece no orgasmo masculino.