13.1 C
Brasília
sábado, 21/06/2025




Quanto tempo pode durar o conflito entre Israel e Irã?

Brasília
chuva fraca
13.1 ° C
13.1 °
12.8 °
90 %
1kmh
0 %
sáb
27 °
dom
28 °
seg
29 °
ter
24 °
qua
26 °

Em Brasília

Com o argumento de impedir o avanço do programa nuclear iraniano e evitar a construção de uma arma atômica, Israel iniciou uma guerra contra o Irã. Através de bombardeios e mísseis, os dois países deram início a um conflito que deve se estender, considerando seu histórico. As declarações do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, indicam que as ofensivas ainda não têm previsão de término.

Os confrontos começaram na semana passada, com Israel lançando o que chamou de “ataque preventivo” contra o Irã, visando principalmente interromper as atividades nucleares iranianas.

Os ataques acontecem em um contexto de negociação lenta proposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Desde que assumiu o governo, o republicano destacou a prioridade de impedir o avanço do programa nuclear do Irã.

“Há dois meses, dei ao Irã um ultimato de 60 dias para fechar um acordo. Eles deveriam ter atendido! Hoje é o 61º dia. Eu já disse o que deveria ser feito, mas não conseguiram. Agora talvez tenham uma segunda chance”, alertou Trump em sua rede social.

Trump afirmou que em duas semanas decidirá se os Estados Unidos entrarão ou não no conflito: “Existe uma chance considerável de negociações que podem ou não acontecer”. Suas falas indicam uma tentativa de avanço diplomático em meio a um cenário de incertezas.

O governo iraniano mantém firme sua determinação para avançar com suas atividades nucleares, mesmo sob ataques. Do lado israelense, o país está decidido a ir até o fim para desmantelar o programa nuclear do Irã.

Ofensiva israelense contra o Irã

Após diversas ameaças, em 13 de junho Israel lançou o chamado “ataque preventivo” com foco no programa nuclear iraniano, buscando impedir que o Irã desenvolva uma arma nuclear.

Em resposta, o Irã lançou drones e mísseis contra o território israelense. Em pronunciamento no dia 14 de junho, o premiê Benjamin Netanyahu afirmou que os ataques continuarão e prometeu atingir todas as bases iranianas.

Relatos indicam que parte do programa nuclear sofreu danos devido aos ataques, mas danos mais significativos dependem do uso de bombas ou da participação direta dos Estados Unidos, o que tem sido solicitado por Israel.

Perspectivas do conflito

João Miragaya, mestre em história pela Universidade de Tel-Aviv, assessor do Instituto Brasil-Israel e membro do podcast Do Lado Esquerdo do Muro, comenta que há conflitos entre forças relativamente equivalentes, como foi a guerra Irã-Iraque que durou quase 10 anos. Ele destaca que não é possível prever a duração do conflito apenas com base na correlação de forças entre os lados.

Segundo Miragaya, o Irã parece não estar em condições de derrotar Israel militarmente a curto prazo; a estratégia iraniana é resistir e criar uma situação de desgaste e estagnação econômica.

Ele ainda ressalta que a ideia de que os ataques israelenses possam derrubar o regime dos aiatolás é incerta, e que a destruição do programa nuclear iraniano depende diretamente da escalada com participação dos Estados Unidos.

Miragaya conclui que o Irã dificilmente aceitará negociar enquanto estiver sob ataques, e Israel não recuará até uma rendição total ou parcial do Irã. É esperado que o conflito continue por várias semanas.

O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, chegou a declarar que a entrada dos Estados Unidos no conflito demonstra a fraqueza e incapacidade de Israel.

Posição da Europa

A Europa defende a busca por negociações visando um cessar-fogo. Ministros das Relações Exteriores do Reino Unido, Alemanha e França reuniram-se em Genebra, na Suíça, para dialogar com representantes iranianos sobre o conflito.

No entanto, segundo Miragaya, não há expectativa de participação direta de países europeus na guerra, exceto no auxílio a Israel para interceptar mísseis disparados pelo Irã.

Baseando-se nas declarações do presidente norte-americano, o especialista afirma que a chance do Irã resistir militarmente às investidas dos Estados Unidos é baixa, a menos que Trump decida trabalhar para promover a queda do regime iraniano.




Veja Também