O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou nesta quinta-feira, 19, que concorda com a opinião do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao afirmar que o conflito na Ucrânia poderia ter sido evitado. “Ele mencionou: ‘se eu estivesse no cargo, essa guerra não teria ocorrido’. Eu compartilho dessa visão, em certa medida”, disse Putin em uma entrevista para agências de notícias globais.
Putin ressaltou que Trump luta de forma genuína por um acordo que possa encerrar o conflito na Ucrânia. O líder russo também apresentou sua perspectiva sobre o início da guerra, explicando que uma parte do território decidiu se separar do país principal, direito que, segundo ele, está respaldado pelo direito internacional e pela Carta da ONU.
Ele mencionou que a Rússia tentou, durante oito anos, encontrar uma solução por meio dos Acordos de Minsk, mas que Kiev não os cumpriu. “No final, optamos por encerrar essa disputa com o uso das Forças Armadas”, afirmou.
Putin questionou a legitimidade do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, depois do término do mandato constitucional de cinco anos, destacando que em situação de lei marcial, a Constituição da Ucrânia estende apenas os poderes do Parlamento e não do presidente. Para ele, negociações de paz só funcionam com um representante que tenha autoridade legal.
Sobre o conflito entre Israel e Irã, Putin criticou intervenções externas para mudanças de regime em Teerã e sugeriu uma solução diplomática. “O ideal seria que todos buscassem juntos formas de acabar os combates e garantir tanto os interesses do Irã em seu programa nuclear pacífico quanto a segurança de Israel”, disse.
Referente à China, o presidente russo destacou a relevância da cooperação econômica e tecnológica entre os países. “Temos projetos conjuntos que ultrapassam US$ 200 bilhões, todos viáveis e em andamento”, explicou. Além disso, elogiou os avanços chineses em inteligência artificial e genética, ressaltando que o direcionamento da Rússia para a Ásia é um processo natural de crescimento.