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quinta-feira, 26/06/2025




Promessas das big techs sobre neutralidade de carbono estão cada vez mais distantes da realidade

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Apple, Google, Microsoft, Meta e Amazon se comprometeram a atingir a neutralidade de carbono em um período de cinco a quinze anos. No entanto, esses compromissos, firmados antes do avanço da inteligência artificial (IA), estão sendo questionados devido ao elevado consumo de energia, conforme aponta um estudo recente divulgado na última quinta-feira (noite de quarta, 25, no Brasil).

Google, Apple e Meta prometeram atingir a neutralidade de carbono até 2030, Amazon até 2040, e Microsoft pretende ter saldo negativo de carbono em cinco anos, segundo análise de especialistas em compromissos climáticos corporativos do NewClimate Institute e do Carbon Market Watch.

Essas metas são baseadas em métodos de cálculo hoje considerados ultrapassados e, segundo Thomas Day, do NewClimate Institute, “não parecem estar alinhadas à realidade”. Microsoft, Meta e Amazon receberam nota “medíocre” na avaliação da integridade de suas estratégias climáticas, enquanto a Apple e o Google foram avaliados como “moderados”.

A maior fonte de emissão de gases de efeito estufa no setor é a eletricidade usada para alimentar os centros de dados, que dão suporte a ferramentas como o ChatGPT da OpenAI.

Contrariando a expectativa de redução, as emissões de CO2 relacionadas à energia consumida pelo Google quase duplicaram entre 2019 e 2023, segundo método de cálculo aprimorado baseado nos relatórios ambientais da própria empresa.

Thomas Day ressalta que embora haja muitos investimentos em energias renováveis, eles geralmente não são suficientes para suprir a crescente demanda energética do setor.

Empresas como o Google têm investido fortemente para garantir que a energia utilizada venha de fontes com baixa emissão de carbono, como solar, eólica e nuclear.

Os especialistas recomendam que os centros de dados dos fornecedores desses serviços também adotem energias renováveis. Estima-se que metade da capacidade de processamento em centros de dados das empresas de tecnologia é terceirizada, e muitas ainda não contabilizam as emissões relacionadas, alertam os estudiosos.

Além disso, toda a cadeia de fornecimento de infraestrutura e equipamentos representa pelo menos um terço da pegada de carbono dessas empresas, conforme destacado pelo estudo.

Somente a Apple definiu o objetivo de operar com 100% de energia renovável em toda sua cadeia de valor até 2030, enquanto as outras não têm metas claras nessa área.

Outra recomendação do estudo é ampliar a vida útil dos dispositivos eletrônicos e utilizar componentes reciclados para reduzir impactos ambientais.




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