A diversidade ambiental e o valor econômico das plantas nativas do Cerrado foram celebrados nesta sexta-feira (27), na 115 Norte, durante uma ação do projeto Raízes do Amanhã: Espécies Nativas de Valor Econômico. Esta iniciativa, promovida pelo Instituto Desponta Brasil, tem como objetivo capacitar pequenos produtores, estudantes e comunidades locais para o manejo sustentável das plantas nativas, buscando diversificar a agricultura e fomentar a geração de renda no Distrito Federal.
O programa busca incentivar o uso consciente da biodiversidade brasileira como uma solução sustentável para os desafios impostos pelas mudanças climáticas e a segurança alimentar. Entre suas metas estão a valorização das espécies nativas, a recuperação de áreas degradadas e o estímulo ao empreendedorismo rural baseado na flora típica do Cerrado.
De acordo com Kadmo Côrtes, presidente do Instituto Desponta Brasil, o Raízes do Amanhã é resultado de mais de 40 anos de pesquisa científica sobre as potencialidades das plantas do Cerrado. “Esse projeto une o conhecimento técnico à sabedoria tradicional, aproximando a ciência das realidades locais”, explicou.
O secretário de Meio Ambiente do DF, Gutemberg Gomes, destacou o impacto positivo da iniciativa na renda das famílias agricultoras. “O projeto está alinhado com a agenda ambiental do Distrito Federal, promovendo benefícios ecológicos e econômicos ao preparar os produtores para utilizar de forma sustentável as espécies da nossa biodiversidade”, ressaltou.
O esforço está ligado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente o ODS 2 (Fome Zero), ODS 13 (Ação Climática) e ODS 15 (Vida Terrestre). As atividades incluem oficinas práticas, palestras e treinamentos voltados para a agricultura sustentável, produção de alimentos e inovação rural com base nas espécies nativas.
Segundo Lídio Coradin, coordenador da iniciativa nacional Plantas para o Futuro, esse tipo de projeto é fundamental para conectar o conhecimento técnico à prática agrícola. “Possuímos um grande potencial não explorado na flora brasileira. A chave está em transformar essa riqueza em oportunidades reais para aqueles que vivem da terra”, afirmou.
As oficinas acontecerão entre 2 de junho e 8 de outubro de 2025, em locais como a Embrapa Hortaliças, a Universidade do Distrito Federal (UnDF) e a Fazenda Malunga, combinando teoria, prática e articulação com o mercado de produtos da sociobiodiversidade.