A crise econômica atingiu em cheio o mercado de autoescolas. A procura pela Carteira Nacional de Habilitação (CNH) caiu 30% no primeiro semestre e a expectativa é de que até o fim do ano o setor desaqueça ainda mais no Distrito Federal. A principal explicação para a queda é a dificuldade de adquirir um veículo. A permissão para guiar se tornou um gasto adiável diante do cenário de crise. Segundo o Departamento de Trânsito (Detran-DF), de janeiro a julho a emissão do documento encolheu 9,49% se comparado com o mesmo período do ano passado.
Na Cidade do Automóvel, as lojas passam a maior parte do dia vazias. “Falta confiança do consumidor em comprar. Nem os descontos nem os incentivos das montadoras atraem aos clientes. Não há estímulo para o consumo”, justifica Ricardo Braga, diretor comercial de uma concessionária. A retração de 17,88% na venda de carros, segundo números do Sindicato dos Concessionários Distribuidores de Veículos do DF (Sincodiv-DF), abalou diretamente outro negócio: o das autoescolas.
Para driblar a crise é preciso criatividade. Crediários próprios, descontos agressivos e até serviços por conta são medidas para abocanhar a fina parcela do mercado disposta a pagar pela carteira de motorista. “Nós passamos a dividir o valor da habilitação em até sete vezes no cartão e no cheque, além das facilidades no crediário próprio”, explica Daniel Silva Oliveira, proprietário de uma autoescola na Asa Sul.