O presidente da Universidade da Virgínia anunciou sua saída na sexta-feira (27), após enfrentar pressão do governo de Donald Trump, que iniciou uma investigação sobre as políticas de diversidade da instituição.
A renúncia de James Ryan, que liderava a universidade desde 2018, simboliza a intensificação das ações do presidente dos Estados Unidos contra o ensino superior desde o início de seu mandato em janeiro.
Em comunicado, Ryan explicou que optou por renunciar em vez de confrontar o governo federal diretamente.
O Departamento de Justiça, responsável pela investigação, havia solicitado sua saída, conforme reportado pelo jornal The New York Times.
“Se não fosse algo tão pessoal para mim, teria seguido outro caminho”, declarou Ryan, ressaltando que “princípios muito importantes estão em jogo” nesta situação.
Ele considerou que tentar permanecer no cargo seria “egoísta e egocêntrico diante dos funcionários que perderiam seus empregos, dos pesquisadores que perderiam financiamento e dos estudantes que poderiam perder ajuda financeira ou ter seus vistos recusados”.
Senadores democratas Mark Warner e Tim Kaine qualificaram o ocorrido como um erro que prejudica o futuro do estado da Virgínia, condenando a exigência do Departamento de Justiça para a destituição de Ryan.
Desde que retornou à Casa Branca, Donald Trump tem adotado uma postura crítica em relação às universidades, acusando-as de promoverem uma ideologia „woke“, termo usado de modo pejorativo por conservadores para criticar o ativismo progressista especialmente em defesa das minorias.
O Departamento de Justiça iniciou várias investigações sobre processos de admissão e recrutamento em instituições de ensino superiores nos Estados Unidos.
O governo tem como alvo universidades de renome como Harvard, para a qual tenta impedir a entrada de estudantes estrangeiros, e Columbia, ameaçada de ter seu credenciamento revogado, o que resultaria na perda de financiamento federal.
© Agence France-Presse