Governo mantém manutenção das vias do DF; técnicos explicam razões de o trabalho não parar, ainda que comprometido pelo período de temporais
“Faça chuva ou faça sol, o Governo do Distrito Federal (GDF) não para”. Você já deve ter ouvido ou lido essa máxima por aí – e ela faz ainda mais sentido quando se trata da recuperação de vias, asfaltadas ou sem pavimentação. É justamente neste período chuvoso, entre outubro e abril, que os buracos são abertos pela força das águas e se proliferam pelas cidades.
“A população quer e precisa de respostas rápidas, por isso não podemos deixar que esse trabalho de manutenção, ainda que com possíveis perdas, seja interrompido”Valmir Lemos, secretário executivo das Cidades
Mas por que investir recursos em operações tapa-buracos nos meses de temporais se o prazo de estiagem para secagem do serviço é muito curto e tudo pode ser danificado de novo? O secretário executivo das Cidades, Valmir Lemos, explica.
“A população quer e precisa de respostas rápidas, por isso não podemos deixar que esse trabalho de manutenção, ainda que com possíveis perdas, seja interrompido.” De acordo com ele, o ideal é manter as pistas transitáveis e, no caso das pavimentadas, com asfalto. Só em 2021, o GDF aplicou 25 mil toneladas de massa asfáltica na recuperação de vias em todas as 33 regiões administrativas.
O trabalho de manutenção constante das cidades é uma marca da atual gestão que, já em 2019, lançou o SOS DF. A ação se aprimorou até se constituir no GDF Presente, programa que divide o Distrito Federal em sete polos de ações diárias de limpeza, recuperação e prevenção de danos estruturais. É por meio do GDF Presente, inclusive com o suporte das administrações regionais, que as operações tapa-buracos são feitas diariamente.
Em pontos mais críticos, onde a necessidade de recuperação passa de 25% do trecho, opta-se por substituir toda a capa asfáltica da via. Foi assim na Estrada Parque Indústrias Gráficas (Epig) onde, em 2020, o GDF renovou mais de oito quilômetros de pistas.
“É necessário que esse trabalho seja ininterrupto, evitando que as cavidades se ampliem e se transformem em crateras”Flávio Araújo Vieira, subsecretário de Desenvolvimento Regional nas Cidades
Subsecretário de Desenvolvimento Regional nas Cidades, o engenheiro civil Flávio Araújo Vieira reforça que as equipes de trabalho do governo – incluindo as do GDF Presente, da Novacap, das administrações regionais e de empresas terceirizadas – atuam nos intervalos de estiagem, nunca debaixo de chuva.
Se houver água nos buracos, a secagem das cavidades é feita com a ajuda de sopradores. Em seguida faz-se um corte no asfalto, aplica-se a emulsão asfáltica – popularmente chamada de piche – e a massa quente. Misturados, os materiais são prensados até virarem uma capa asfáltica de 3 a 5 cm.
“Neste período chuvoso, a situação agrava-se, o que propicia a ampliação e o surgimento de novos rompimentos da camada asfáltica. É necessário que esse trabalho seja ininterrupto, evitando que as cavidades se ampliem e se transformem em crateras”, diz Flávio.
Ganhos na recuperação
De acordo com o Departamento de Trânsito do DF (Detran), a falta de atenção, a ausência de direção defensiva, velocidade acima do permitido e desatenção com o uso do celular são as principais causas de acidentes. Falhas no asfalto ou buracos na pista, pavimentada ou não, só agravam a situação.
O gerente operacional Enzo Gabriel Cardoso, 33 anos, mora em Valparaíso e passa todos os dias pelo Polo JK, Santa Maria, que estava sendo recapeado pelo governo. Para ele, os buracos que se formaram nos últimos dias eram preocupantes, mas a solução chegou rápido. “É perigoso até pelo risco de acidentes, mas graças a Deus agora está dando uma reformada.”
O mesmo alívio sentiu o motorista Flávio Barbosa Santos, 30 anos, que voltava da academia de carro e também passa por Santa Maria diariamente para chegar em Valparaíso. Ele entende a necessidade da manutenção constante no período chuvoso e acha necessário que elas sejam feitas. “Muitas vezes, por causa das chuvas, faz obra num dia e no outro o problema volta. Mas é ótimo que refaça, porque evita danos e prejuízos maiores para os carros e para a gente.”