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segunda-feira, 25/11/2024
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Polícia prende mulher trans suspeita de matar amigo em SP, assumir a identidade dele e movimentar cerca de R$ 1 milhão

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A Polícia Civil prendeu nesta segunda-feira (29), em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, uma mulher trans suspeita de ter matado o amigo e assumir a identidade dele para ficar com os bens.

Segundo os investigadores, Maryana Elisa Rimes Paulo, de 49 anos, passou mais de um ano usando a identidade do amigo Marcelo do Lago Limeira, movimentando cerca de um R$ 1 milhão do patrimônio dele.

Cantora e maquiadora, Maryana teria conhecido Marcelo em festas. O rapaz vivia sozinho e tinha começado o processo para fazer a transição de gênero, porque também queria ser reconhecido como mulher.

Marcelo recebia ajuda financeira de uma tia e tinha alguns imóveis alugados em nome dele.

Em maio do ano passado fez a primeira cirurgia no rosto e, depois do procedimento, Marcelo foi visto entrando em casa pela última vez. Ele estava com o rosto coberto porque tinha feito uma plástica.

Em seguida, Maryana passou a morar na casa, como se estivesse cuidando dele. A polícia descobriu, entretanto, que Maryana matou o amigo dentro da casa com doses excessivas de remédios e colocou em prática o plano de assumir a identidade e os bens dele.

Segundo a polícia, para dar fim ao corpo de Marcelo, Maryana Elisa Rimes Paulo teve a ajuda do amigo Ronaldo Bertolini (à direita).  — Foto: Reprodução/TV Globo

Segundo a polícia, para dar fim ao corpo de Marcelo, Maryana Elisa Rimes Paulo teve a ajuda do amigo Ronaldo Bertolini (à direita). — Foto: Reprodução/TV Globo

Comparsa ajudou no crime

De acordo com a polícia, ela chamou o amigo Ronaldo Bertolini para ajudar a se livrar do corpo. Os dois alugaram uma chácara em Campo Limpo Paulista, no interior de São Paulo, e queimaram o corpo de Marcelo.

Depois, tentaram enterrar os ossos. Mas, no final, abandonaram o corpo na Estrada Edgar Máximo Zambotto, que liga a Grande São Paulo ao município de Jundiaí.

De volta ao ABC, Maryana assumiu o lugar de Marcelo, enganando funcionários do cartório.

A Polícia Civil apurou que Maryana passou a receber o dinheiro dos aluguéis das casas de Marcelo, a mesada que a tia dava a ele todo mês. Ela alugou a casa onde Marcelo morava e vendeu o carro dele com uma procuração falsa.

“O escrevente narra que uma pessoa do sexo feminino se apresentou no cartório com os documentos originais, todos do Marcelo. E quando questionado a respeito da divergência dos documentos masculinos e de uma pessoa feminina, a pessoa explicou que ela havia feito uma transição de gênero e não tinha mudado os documentos ainda. Mas que na verdade se tratava do próprio Marcelo”, explicou o delegado Cristiano Luiz Sacrini Ferreira.

O delegado Cristiano Luiz Sacrini Ferreira investiga a morte de Marcelo do Lago Limeira. — Foto: Reprodução/TV Globo

O delegado Cristiano Luiz Sacrini Ferreira investiga a morte de Marcelo do Lago Limeira. — Foto: Reprodução/TV Globo

Fim da farsa

A farsa só começou a ser descoberta em abril deste ano, quando Maryana tentou movimentar dinheiro da vítima e apresentou a mesma procuração no banco. A gerente, que conhecia Marcelo, suspeitou de algo errado e avisou a polícia.

Pelos cálculos dos investigadores, Maryana e Ronaldo movimentaram cerca de R$ 1 milhão da vítima. Mas ela não queria só o dinheiro do rapaz morto, segundo o delegado. A mulher não gostou de saber que Marcelo queria também se transformar em mulher e ficaria mais bonita do que ela.

“A Mariana se ressentia muito porque ela acredita que, após a cirurgia de transição de gênero, o Marcelo ficaria uma mulher mais atraente, mais bonita que ela própria”, declarou Cristiano Sacrini.

O que dizem as partes

Procurado pelo SP2, o advogado que defende Mariana Paulo disse que o inquérito ainda está na fase da investigação e que qualquer informação nesse momento pode atrapalhar o trabalho da polícia.

Ele também afirmou que, após concluídos todos os atos legais, a defesa vai se manifestar de forma mais completa.

O amigo de Mariana, Ronaldo Bertolini, é procurado pela polícia. Os dois devem responder a processo por homicídio qualificado, ocultação de cadáver, estelionato, falsidade ideológica e falsificação de documentos.

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