Em maio, o site do tribunal chegou a ser tirado do ar por causa do ataque hacker. Envolvidos podem pegar até quatro anos de reclusão
A Polícia Federal (PF) prendeu, nesta terça-feira (8), membros de uma organização criminosa suspeitos do ataque hacker contra o sistema eletrônico do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao todo, a Operação Leet cumpriu seis mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária nas cidades de Itumbiara (GO), Bragança Paulista (SP), Belém do São Francisco (PE), Jaboatão dos Guararapes (PE) e Olinda (PE). As ordens de prisão foram expedidas por determinação do ministro de Alexandre de Moraes.
Em maio, o site do tribunal chegou a ser retirado do ar. O Supremo informou, em nota, que a medida, que atingiu usuários externos, foi adotada para “garantir a segurança das informações.”
Os hackers investiram contra o sistema da corte usando um ataque de negação de serviço, quando diversos computadores são programados para enviar uma grande quantidade de informações ao mesmo tempo, com a finalidade de derrubar uma página da internet.
Na ocasião, técnicos do Supremo afirmam que a tentativa de invasão foi contida enquanto ainda estava em andamento. E que não foram acessadas informações sigilosas nem houve sequestro do ambiente virtual, como ocorreu com o Superior Tribunal de Justiça (STJ), no ano passado.
“No curso do inquérito policial foram identificados os endereços de onde partiram os ataques, bem como as pessoas que, de forma sistemática e organizada, praticaram os crimes ora apurados”, diz texto divulgado pela PF. O órgão acrescentou que, com as provas eventualmente colhidas nesta terça-feira (8/6), “busca-se identificar demais partícipes e circunstâncias dos atos criminosos”.
Os envolvidos podem responder por crime de invasão de dispositivo informático, previsto no Artigo 154-A do Código Penal. A pena vai de um a quatro anos de reclusão, além de multa.
O termo Leet, que dá nome à operação, se refere a uma forma de comunicação pela internet que utiliza símbolos para substituir letras e que, com o uso, tonou-se uma espécie de dialeto online. Esse tipo de linguagem costuma ser utilizada por diferentes grupos, incluindo hackers. Uma das teorias é de que essa linguagem tenha surgido para driblar filtros de texto em fóruns online.