A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), através da Coordenação de Repressão a Homicídios e de Proteção à Pessoa (CHPP), anunciou o indiciamento de um policial militar suspeito de ter assassinado o servidor público dos Correios, Rodrigo Moreira de Figueiredo, 63 anos, com um disparo nas costas em 2024.
Após a análise dos laudos periciais e depoimentos colhidos de testemunhas, a PCDF concluiu pelo indiciamento do policial por homicídio doloso.
Segundo as investigações, o episódio começou na Asa Norte, quando policiais militares iniciaram o acompanhamento do carro do servidor por denúncias relacionadas a perturbação e importunação sexual.
Durante a perseguição que seguiu até o Lago Norte, o policial acusado disparou um tiro de fuzil que atingiu fatalmente Rodrigo.
O inquérito policial foi remetido ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Relembre o caso
Rodrigo Moreira de Figueiredo foi morto por um disparo nas costas no Lago Norte em 10 de agosto de 2024. Conforme a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), na ocasião, ele teria fugido de uma abordagem policial, dando início a uma perseguição em alta velocidade.
Os policiais militares afirmam que o servidor teria tentado atingir as viaturas diversas vezes durante a fuga, o que teria justificado o disparo para cessar a ação.
Por outro lado, familiares contestam essas alegações. Regina Moreira, irmã do servidor, declarou que não acredita que seu irmão tenha tentado colidir com os veículos policiais. Ela afirmou que “meu irmão foi executado e estão tentando rotulá-lo como criminoso para justificar a ação policial”.
A irmã também mencionou que não foram encontradas marcas de colisão no carro de Rodrigo, o que desmonta a tese de que ele teria batido contra as viaturas.
Versão da polícia e denúncias da família
Na época, a PMDF informou que foi acionada após denúncias de um homem assediando mulheres em um bar, e que este homem teria fugido quase atropelando pessoas na saída do local.
A Polícia afirmou que, após diversas tentativas do motorista de atingir uma viatura, o veículo acabou desestabilizando e colidindo, o que levou os policiais a efetuarem um disparo para conter a agressão, atingindo o ombro do suspeito.
A corporação também declarou que foi encontrada uma porção de cocaína na carteira da vítima, porém a família levanta a hipótese de que a droga teria sido colocada pelos policiais para justificar o disparo. Segundo Regina Moreira, caso o irmão estivesse realmente com entorpecentes, ele poderia ter se livrado da droga durante a perseguição para evitar o flagrante.
