O sargento da Polícia Militar de Goiás Hebert Póvoa foi encontrado com um acervo de vídeos em seu celular que revelam um padrão inquietante de violência e humilhação contra mulheres.
As gravações mostram o militar usando o cano de uma pistola equipada com lanterna para intimidar mulheres vulneráveis durante cobranças por dívidas ilegais feitas por uma organização criminosa que ele e sua esposa, a advogada Tatiane Meireles, lideravam.
Em todos os vídeos, as vítimas aparecem aterrorizadas e acuadas, sendo forçadas a confessar dívidas muitas vezes desconhecidas por elas, com o sargento aplicando ameaças e insultos.
A operação policial que resultou na prisão de seis pessoas, incluindo Hebert Póvoa, outros dois policiais militares, a advogada Tatiane Meireles e dois civis, veio após denúncias que levaram à investigação das atividades ilegais do grupo.
Além das agressões contra mulheres, foram encontrados registros de tortura contra homens que deviam dinheiro à quadrilha, usando tacos de baseball e outros objetos para violência.
Tatiane Meireles também participava das agressões, aparecendo em vídeos batendo em vítimas com cassetetes e realizando rituais com maços de dinheiro, buscando multiplicar os ganhos obtidos com as cobranças violentas.
A polícia apreendeu armas, objetos usados nas agressões, cerca de R$ 10 mil em dinheiro e diversas gravações que serviam para controlar e intimidar as vítimas.
Curiosamente, Hebert Póvoa foi candidato a vereador em 2024 pelo Partido Liberal (PL), usando intensamente a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro em sua campanha, apesar do discurso moralista e crítico à corrupção, que contrasta com as práticas descobertas.
O grupo deve responder por extorsão, tortura, agiotagem, lavagem de dinheiro e outros crimes, enquanto a Polícia Civil continua investigando para identificar possíveis novas vítimas.

