Paulo Gonet, procurador-geral da República, pediu a condenação de sete pessoas acusadas de espalhar informações falsas sobre as urnas eletrônicas e de atacar líderes das Forças Armadas que foram contra a tentativa de golpe em 2022.
O pedido foi feito durante a defesa de Paulo Gonet no julgamento do grupo envolvido na trama golpista. As sessões que avaliam os réus começaram na terça-feira.
Os acusados são: Ailton Barros (major expulso do Exército), Ângelo Denicoli (major da reserva), Giancarlo Gomes Rodrigues (sargento do Exército), Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel do Exército), Reginaldo Vieira de Abreu (coronel do Exército), Marcelo Bormevet (policial federal) e Carlos Cesar Rocha (presidente do Instituto Voto Legal).
Paulo Gonet também respondeu às defesas que questionaram o tempo entre as ações dos acusados e o fim da tentativa de golpe. Ele explicou que, dentro de uma organização criminosa, todos são responsáveis pelos atos criminosos cometidos, mesmo que alguns atos sejam de tempos diferentes.
O procurador ressaltou que o grupo atuou em uma “guerra informacional”, espalhando dúvidas sobre as urnas eletrônicas antes da eleição de 2022. Depois da vitória de Lula, os réus ajudaram a divulgar a mentira sobre fraude nas eleições.
Paulo Gonet disse ainda que a ação dos acusados teve participação no evento violento ocorrido em 8 de janeiro de 2023. Ele usou 50 minutos para apresentar seu caso.
A defesa do major Ângelo Denicoli pediu a absolvição dele, alegando que algumas provas usadas pela acusação não estavam no processo original. Essas provas vieram de uma operação contra um ex-assessor chamado Flávio Peregrino.
Porém, Paulo Gonet disse que as provas adicionais não podem ser ignoradas, pois ajudam a mostrar as ações criminosas do réu, mesmo que não sejam a única prova para condenação.
O primeiro dia do julgamento foi usado para a leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes e para os discursos da acusação e das defesas.
A acusação teve duas horas para falar, enquanto cada defesa pode usar uma hora para justificar por que seus clientes deveriam ser absolvidos.
O julgamento deste grupo foi diferente daquele que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão.
A sala do julgamento estava mais vazia, com menos jornalistas e menos segurança do que nos dias em que Bolsonaro e seus aliados foram julgados.