A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação em abril de 2025 para investigar um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), iniciado em 2019. Três diretores da autarquia são acusados de envolvimento no desvio de recursos públicos por meio de descontos indevidos em benefícios previdenciários, sem autorização dos beneficiários. O prejuízo estimado é de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.
A operação cumpriu 211 mandados de busca e apreensão em 13 estados e no Distrito Federal. O então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo, e seis mandados de prisão foram expedidos, resultando em três detenções até o momento. A PF recuperou cerca de R$ 1 bilhão em bens e valores relacionados ao esquema.
As investigações apontam que 11 entidades estão formalmente envolvidas no esquema, com suspeitas de participação de mais de 20 organizações similares. Uma das entidades tinha como vice-presidente o irmão do presidente Lula, Frei Chico. Parlamentares do Partido dos Trabalhadores (PT) responsabilizaram a gestão anterior do governo Jair Bolsonaro pela multiplicação dos convênios suspeitos entre 2019 e 2022. O ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), admitiu ter sido alertado sobre irregularidades, mas negou responsabilidade direta.
Em alguns municípios do interior do Nordeste, mais de 60% dos aposentados foram afetados pelos descontos indevidos. A PF continua as investigações para identificar todos os envolvidos e recuperar os recursos desviados.