NICOLA PAMPLONA
FOLHAPRESS
Carlos Alberto Marçal, gerente de Gestão Integrada da Transição Energética da Petrobras, declarou nesta segunda-feira (8) que a empresa estatal está se preparando para participar de um leilão de armazenamento de energia que o governo planeja realizar em 2026.
A Petrobras enxergou essa competição como uma chance de entrar no mercado de baterias, que é uma parte importante da sua estratégia para a transição energética. “Já estávamos pensando em atuar nesse setor de armazenamento de energia, e o leilão de reserva de capacidade é a forma ideal”, explicou o executivo.
A entrada no setor de armazenamento foi adicionada rapidamente ao plano de investimentos da empresa para os próximos cinco anos, já que o governo anunciou o leilão apenas duas semanas antes de a Petrobras divulgar seu plano, que prevê investimentos de US$ 109 bilhões no período.
Esse projeto está na lista de iniciativas que a Petrobras está avaliando, mas que dependem de condições específicas para saírem do papel, como a realização do leilão e uma possível vitória da empresa na disputa.
Os investimentos atuais da Petrobras na transição energética concentram-se principalmente em bioprodutos, como biocombustíveis e produtos derivados do petróleo que incluem óleo vegetal.
A empresa já comercializa combustível para navegação com 24% de biodiesel e diesel automotivo contendo entre 5% e 10% de óleo vegetal. Recentemente, vendeu sua primeira carga de combustível sustentável para aviação, com 1,2% de conteúdo renovável.
Em 2026, a Petrobras pretende anunciar parcerias para a produção de etanol, que pode ser usado para fazer combustível sustentável para aviões, além de atuar no mercado de biometano, que terá que ser misturado ao gás natural.
A empresa também planeja investir em energia solar e eólica, mas focada em projetos para uso próprio, já que o excesso de energia disponível no mercado dificulta investimentos maiores. Por isso, a meta de capacidade instalada nesses setores foi reduzida de 4 GW para 1,2 GW.
Marçal explicou que o cronograma dos projetos da Petrobras segue as etapas regulatórias de cada área, por isso os biocombustíveis começaram primeiro. Em 2028, a empresa espera ter seu primeiro projeto de baterias em funcionamento e também lançar um projeto piloto para captura de carbono.
Para 2029, a previsão é inaugurar a primeira planta de hidrogênio verde na Refinaria de Paulínia (SP), que é a maior do país. Projetos de energia eólica offshore foram retirados dos planos, já que ainda não há regulamentação sobre esse tipo de energia no Brasil.

