A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira (21/9) a 19ª fase da Operação Lava-Jato – a maior ação de combate à corrupção da história recente do Brasil – apelidada de “Nessun Dorma”. Os policiais um dos três donos da empreiteira Engevix, José Antunes Sobrinho e buscam um lobista ligado ao PMDB – João Augusto Henriques -, que negocia se entregar, segundo o delegado Igor Romário de Paula.
São cumpridos 11 mandados ligados a irregularidades envolvendo pessoas ligadas aos núcleos de apuração do ex-ministro José Dirceu, do ex-diretor de Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada e do ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro, todos presos em etapas anteriores.
Henriques teve mandado de prisão temporária – por cinco dias – expedido para encontrá-lo no Rio de Janeiro. Ele admitiu em conversa gravada em 2013 que pagava propinas para políticos do PMDB a partir de contratos com irregularidades na Petrobras. Ele chegou a dizer que, de um negócio de US$ 800 milhões com a empreiteira Odebrecht, US$ 8 milhões foram parar nas mãos do então tesoureiro do PT João Vaccari Neto, nas eleições de 2010, quando a presidente Dilma Rousseff foi eleita pela primeira vez.
Três cidades
Na “Nessun Dorma”, os policiais federais cumprem sete mandados de prisão, um de prisão preventiva, um de prisão temporária por cinco dias e dois de condução coercitiva, quando o investigado é levado para prestar um depoimento e liberado. Os agentes e delegados cumprem as ordens do juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis.
A investigação é um avanço das apurações das fases em que se investigaram os grupos ligados a Dirceu, Zelada e Othon. A prisão preventiva e a busca são ligadas a um executivo investigado nas fases 16ª e 17ª – que investigaram Othon e Dirceu. Para a PF, ele pagou propinas a agentes públicos e investigados nessas duas etapas.
No núcleo ligado ao ex-diretor de Internacional Jorge Zelada, apuram-se pessoas e empreiteiras. Segundo a PF, há suspeita que elas pagaram agentes públicos e políticos no exterior. Zelada já teve 10 milhões de euros confiscados no Principado de Mônaco pela Justiça daquele país. Uma das empresas sediadas no Brasil recebeu cerca de R$ 20 milhões entre 2007 e 2013 de empreiteiras já investigadas na operação Lava-Jato por favorecimento em contratos com a Petrobras e pagamento de propinas.
Todos os presos serão levados para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba