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sexta-feira, 07/11/2025




Onyx nega conhecer liderança de entidade ligada a investigação do INSS que doou para campanha

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THAÍSA OLIVEIRA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, declarou nesta quinta-feira (6), durante a CPI do INSS, que não conhece o empresário Felipe Macedo Gomes, que é investigado em um esquema de fraudes na Previdência e foi doador de R$ 60 mil para a campanha de Onyx ao governo do Rio Grande do Sul em 2022.

Felipe Macedo Gomes é dirigente da Amar Brasil. A menção a Onyx e ao deputado federal Fausto Pinato (PP-SP) foi motivo para que a Polícia Federal enviasse os inquéritos relacionados à fraude ao Supremo Tribunal Federal (STF), pois ambos têm foro privilegiado.

Onyx explicou que recebeu aproximadamente 115 doações de pessoas físicas em sua campanha nos dois turnos de 2022, e que não conhece cerca de 30% a 35% desses doadores, incluindo Felipe Macedo Gomes.

Ele afirmou: “Dos meus 115 doadores, não conheço mais de 30% ou 35%. Nunca encontrei essa pessoa, não sei quem é. E outra coisa: nunca pedi dinheiro para criminosos. Sou diferente, muito diferente”.

Onyx também contou acreditar que os peritos que ele recebeu ao organizar o governo Bolsonaro em 2018 tenham discutido as suspeitas de descontos ilegais em aposentadorias e pensões, que se tornaram foco de uma operação conduzida pelo governo Lula este ano.

A Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP) informou ter levado diretamente ao então presidente Bolsonaro informações sobre desvios e irregularidades no INSS. Essa associação também teve encontros com Onyx, que era ministro chefe do gabinete de transição de Bolsonaro naquela época.

Quando questionado pelo relator da CPI, deputado federal Alfredo Gaspar (PL-AL), sobre se recordava de alguma conversa sobre o desconto associativo, Onyx respondeu acreditar que sim, porém destacou que participou de muitas reuniões naquele período.

Ele esclareceu que sua função era buscar uma solução, que foi encaminhada para um grupo temático responsável pela criação da primeira medida provisória para tentar regularizar o desconto associativo.

Além de chefe do gabinete da transição, Onyx atuou como ministro da Casa Civil (2019-2020), ministro da Cidadania (2020-2021), ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência (2021) e ministro do Trabalho e Previdência Social (2021-2022).

Nesta CPI, o vice-presidente, deputado federal Duarte Jr. (PSB-MA), registrou boletim de ocorrência e pediu proteção policial devido a ameaças feitas pelo deputado estadual do Maranhão Edson Araújo (PSB), que é vice-presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), entidade citada na operação da Polícia Federal chamada Operação Sem Desconto.

Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, presidente da CBPA, prestou depoimento à comissão na segunda-feira (3), mas preferiu não comentar sobre um suposto repasse de R$ 5 milhões para Araújo. Cruz foi preso por falso testemunho e liberado após pagar fiança.

Duarte Jr. divulgou mensagens de WhatsApp em que Araújo supostamente o insulta e ameaça, dizendo que ele terá que provar o que falou ou se arrependerá, o que foi interpretado como ameaça.

Parlamentares da CPI manifestaram apoio a Duarte Jr. e solicitaram que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), providencie escolta policial para ele. Até a publicação deste texto, Araújo não respondeu às tentativas de contato.




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