O Dia Mundial da Prematuridade, celebrado nesta segunda-feira (17), é o momento principal da campanha Novembro Roxo, que tem como propósito informar e sensibilizar sobre os cuidados essenciais para gestantes e bebês nascidos antes do tempo. Só em 2024, ocorreram 4,2 mil partos prematuros no Distrito Federal — ou seja, antes da 37ª semana de gestação. Esse número corresponde a 12,83% de todos os nascimentos registrados no ano passado.
Um exemplo é a pequena Mavie, filha de Raynara Andrade, 23 anos. Nascida prematuramente em 13 de dezembro de 2024, com apenas 24 semanas e dois dias de gestação, ela é a vítima de prematuridade mais extrema já atendida no Hospital Regional de Taguatinga (HRT).
“Ela foi direto para a UTI neonatal logo ao nascer. As primeiras semanas foram muito difíceis. Teve quatro paradas cardíacas e um sangramento no cérebro”, relata Raynara, ainda emocionada ao lembrar dos momentos difíceis que enfrentaram. “Foram quatro meses de muita angústia, um turbilhão de emoções. Eu estava sempre preocupada, sem saber se ela voltaria para casa comigo, mas nunca perdi a esperança.”
Mavie teve alta após 120 dias internada. Na ocasião, Raynara agradeceu a equipe do HRT composta por médicas, enfermeiras, fisioterapeutas e outros profissionais que acompanharam a recuperação da filha. Agora, com 216 dias em casa e prestes a completar um ano, a mãe se sente aliviada e otimista.
“Hoje minha filha é uma criança diferente! Quando voltamos ao hospital, todos ficam impressionados. Antes ela tinha sensibilidade exagerada ao toque e não gostava de contato, mas isso mudou. Ela é sorridente, fala e grita bastante. Para mim, ela é a ‘espoleta’”, comenta Raynara. Mavie continua seu progresso no seu tempo, ainda em processo de desmame da sonda de oxigênio devido a uma condição pulmonar crônica causada pelo nascimento prematuro.
Cuidados essenciais
Gabrielle Medeiros, que coordena os serviços de enfermagem obstétrica e neonatal da Secretaria de Saúde (SES-DF), enfatiza que os bebês prematuros exigem um cuidado muito especializado desde o nascimento. “É fundamental estabilizar o bebê corretamente, manter a temperatura adequada, oferecer suporte respiratório rapidamente, garantir uma nutrição segura e realizar monitoramento contínuo. Cada ação deve ser baseada em evidências e feita por profissionais capacitados.”
A especialista também destaca que o cuidado humanizado é crucial para a recuperação do recém-nascido, incluindo o acolhimento, o mínimo de manipulação, o contato pele a pele sempre que possível e um ambiente que favoreça o desenvolvimento saudável da criança.
“Para as mães e suas famílias, o atendimento humanizado oferece informações claras, participação nas decisões, apoio emocional e criação de vínculos, mesmo em momentos de fragilidade. Humanizar o cuidado é aprimorá-lo, o que impacta diretamente na vida desses pequenos”, conclui Gabrielle.
*Informações fornecidas pela Secretaria de Saúde (SES-DF)