A partir do dia 1º de julho, a vacina de reforço para meningite destinada a bebês com 12 meses será atualizada para a versão que protege contra quatro tipos da bactéria Neisseria meningitidis: ACWY, substituindo a anterior que protegia apenas contra o tipo C.
Essa mudança permite que as crianças tenham uma defesa mais ampla contra os sorotipos A, W e Y, além do sorotipo C, ambos causadores de formas graves de meningite e outras infecções sérias, como a meningococcemia.
O Ministério da Saúde anunciou esta atualização como parte de uma política nacional para combater as meningites até o ano de 2030.
O que é meningite?
Meningite é a inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. No Brasil, a doença ocorre durante o ano todo, com possibilidade de surtos. A transmissão acontece principalmente pela via respiratória, por gotículas e secreções nasais e da garganta, além da via fecal-oral por meio de alimentos ou água contaminados.
Os sintomas mais comuns são febre alta, dor intensa de cabeça e rigidez no pescoço, além de náuseas, vômitos e sensibilidade à luz. Em bebês, podem aparecer sinais como irritabilidade, dificuldades para se alimentar e sonolência. Casos graves podem evoluir com convulsões, confusão mental e manchas vermelhas na pele.
Atualização no esquema de vacinação
O calendário básico para proteção contra a meningite em bebês permanece com duas doses da vacina meningocócica C conjugada, administradas aos 3 e 6 meses. A novidade está no reforço aos 12 meses, que será dado com a vacina ACWY, que protege contra quatro sorotipos da bactéria em vez de apenas um.
Crianças que não receberam o reforço aos 12 meses ainda poderão tomar a dose até os 4 anos e 11 meses de idade. Aqueles que já receberam a reforço com a vacina meningocócica C não precisam de nova aplicação.
Ampla proteção para a infância
Embora a incidência da meningite tenha diminuído com a vacinação conjugada, a doença continua representando um risco sério devido à sua gravidade. A troca da vacina reforça a ampliação da proteção infantil frente à circulação de diferentes sorotipos no país.
Além da meningocócica, o Sistema Único de Saúde oferece vacinas gratuitas contra outros agentes que causam meningite bacteriana, como o pneumococo e o Haemophilus influenzae tipo b.
Garantir maior cobertura vacinal na infância é uma estratégia crucial para reduzir mortes e sequelas causadas pela meningite até o final da década.