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quinta-feira, 21/11/2024
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‘Não foi uma boa ideia do piloto’, diz comissário da Lamia

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Comissário boliviano disse que não sabia que o voo seguiria direto para Medellín; plano inicial era fazer escala na fronteira da Bolívia com o Brasil

“Eu acho que pode não ter sido uma boa ideia do piloto ou da pessoa responsável por isso na Lamia. Eu fiz o relatório de que iríamos para Cobija. Mas no momento da decolagem perguntei: ‘Vamos até Cobija, não é?’ ‘Não, vamos direto a Medellin’”, disse ele, referindo-se a uma possível conversa com o piloto Quiroga, em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo. A falta de combustível é a principal causa apontada pelos investigadores para explicar a queda do avião da Lamia a 30 quilômetros do aeroporto de José María Córdoba, em Rio Negro, onde deveria ter pousado.

Tumiri foi o primeiro sobrevivente a receber alta do hospital após o acidente que vitimou ao todo 71 pessoas, entre elas jogadores e integrantes da comissão técnica da Chapecoense e 20 jornalistas que iriam cobrir a final da Copa Sulamericana.

Diferente do que foi divulgado na imprensa anterior, ele negou que tenha saído vivo do acidente por ter seguido os procedimentos de segurança, como ficar em posição fetal na hora da queda. Tumiri contou que todos a bordo estavam preparados para o pouso — ninguém havia sido avisado sobre qualquer problema —, quando de repente todas as luzes se apagaram. Desse momento em diante, disse não se lembrar de mais nada até acordar em terra. “Eu levantei, assustado, como se eu estivesse dormindo. Levantei de repente. E corri em direção a ela [Ximena Suárez, comissária que também sobreviveu]. E a soltei. Ela estava presa. Nesse momento, a Ximena estava gritando e, quando ela me viu, foi se acalmando. Eu disse: ‘Vamos embora, porque era mata e estava escuro”.

Daquele ponto, era possível ver os aviões decolando do aeroporto, onde eles deveriam ter aterrissado, disse Turimi. Ele também relatou que ouviu vozes de um brasileiro pedindo socorro, mas não conseguiu ajudá-lo. “Eu vi muitos corpos espalhados, mas não tinha o que fazer. Eu também não via sinais de vida. Eu me preocupava se o avião fosse explodir ou se desmanchar.  Por isso, eu fui me afastando. E não ouvi mais nenhuma pessoa”, descreveu ele.

No fim da entrevista, o comissário de voo disse que, após a recuperação, pretende terminar o curso de piloto e visitar Chapecó. “Às eu sinto que fui salvo por eles [equipe da Chapecoense]. Sinto como se eles tivessem dado a vida por mim”, encerrou ele.

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