No pontapé inicial das primárias democratas, o presidente norte-americano Joe Biden venceu, neste sábado, no estado da Carolina do Sul, derrotando o deputado Dean Phillips e a escritora Marianne Williamson.
Uma das estratégias utilizadas para garantir a vantagem foi a mobilização dos eleitores negros, grupo fundamental para um possível embate em novembro entre Biden, 81, e o ex-presidente Donald Trump, 77.
“Em 2020, foram os eleitores da Carolina do Sul que provaram que os especialistas estavam errados e nos colocaram no caminho para ganhar a presidência. Agora, em 2024, o povo da Carolina do Sul falou novamente e não tenho dúvidas de que eles nos colocaram no caminho para ganhar a presidência e fazer de Donald Trump um perdedor”, disse Biden em um comunicado. Nessas primárias, o presidente democrata ganhou todos os 55 delegados democratas da região.
Durante o período de votação, os eleitores negros listaram algumas razões para apoiar Biden, passando pela defesa do direito ao aborto até à nomeação de juristas negros e outras minorias nos tribunais federais. Outros disseram que Trump pode ser uma ameaça à democracia, por afirmar que a votação de 2020 foi roubada.
Mas pesquisas mostram que o apoio à Biden diminuiu entre os eleitores negros mais jovens, principalmente por frustrasções a pontos não priorizados pela sua agenda.
O calendário das votações contou com modificações: as primárias em Nevada acontecerão nesta terça-feira, 6, enquanto as primárias no Michigan acontecerão em 27 de fevereiro – antes de outras votações abrirem em 5 de março, dia conhecido como Super Terça.
Em contrapartida, New Hampshire rejeitou o plano de modificações nas datas e realizou as primárias iniciais no mês passado, onde Biden ainda assim venceu. Em vídeo publicado no X (antigo Twitter), o presidente democrata agradeceu seus apoiadores por comparecerem às urnas na Carolina do Sul:
South Carolina, thank you for everything. pic.twitter.com/AaPEHljet9
— Joe Biden (@JoeBiden) February 4, 2024
A importância da Carolina do Sul nas primárias
O estado da Carolina do Sul é historicamente republicano desde 1980 mas cerca de 26% dos seus residentes são pessoas pretas. Em 2020, nas eleições gerais, os eleitores negros representavam mais de 10% do eleitorado nacional e 9 em cada 10 apoiaram Biden, segundo a AP VoteCast. Para Biden, a região é um campo de testes de sua popularidade.
A Carolina do Sul mantém uma relação profunda com Biden, com apoiadores e doadores. Mas em 2020, a vitória no estado reavivou o esforço democrata, com Biden apoiado pelo deputado do estado, Jim Clyburn.
Mesmo estando em viagem neste final de semana, o presidente falou com algumas rádios negras e disse: “A única razão pela qual estou falando com você hoje como presidente dos Estados Unidos da América é por causa da Carolina do Sul. Isso não é uma hipérbole. Isso é um fato”, disse à rádio WWDM.