Beatriz Viana da Silva deixa filho de seis meses. Segundo marido, servidores do Hospital de Sobradinho disseram que não havia médicos para atender a jovem.
Uma jovem de 19 anos morreu neste sábado (11), após não conseguir atendimento no Hospital Regional de Sobradinho (HRS), no Distrito Federal. Beatriz Viana da Silva chegou à unidade com dores no estômago e teria sido informada que não havia médico para atendê-la. Horas depois, sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu.
Segundo o marido da jovem, o ajudante de eletricista Wesley Nascimento, o casal foi ao hospital no sábado pela manhã, mas foi informado de que não conseguiria atendimento no pronto-socorro.
“Me disseram que pra fazer a ficha ia ser difícil porque só tinha um médico na clínica médica e ele estava atendendo quem já estava internado. Então, pessoal que chegou na emergência não ia ser atendido no momento”, afirma.
Clínica particular
Wesley e Beatriz seguiram para uma clínica particular próxima ao hospital. Segundo o marido, lá encontraram um médico que avaliou a jovem e percebeu que o caso era grave. O clínico, então, foi sozinho até o Hospital de Sobradinho, no próprio carro, com o objetivo de exigir atendimento a Beatriz.
Enquanto a jovem esperava, porém, sofreu uma parada cardiorrespiratória. Ela chegou a ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e pelo Corpo de Bombeiros, e foi levada ao HRS com vida, mas não sobreviveu.
Beatriz deixa um filho de seis meses com o marido. “Se eles tivessem atendido ela, com certeza não teria morrido. A saúde pública hoje em dia não está para nada não, porque se for para uma pessoa ir para o hospital, é melhor morrer em casa”, diz Wesley.
Direção do hospital
À TV Globo, a direção do Hospital de Sobradinho informou que não há registro de Beatriz na unidade antes de ela ter sido levada pelo Corpo de Bombeiros.
“De acordo com a equipe, ela já chegou em parada cardiorrespiratória e, conforme as normas de urgência e emergência em clínica médica e cardiologia, foi realizada manobra de reanimação por mais 45 minutos, mas não houve resposta”, diz em nota.
Ainda segundo a direção do hospital, “o atendimento a pacientes graves, mesmo quando há restrição na porta, não deixa de ser prestado”.