O Ministério Público da Venezuela expressou na última sexta-feira uma acusação contra o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, classificando suas declarações como uma nova forma de agressão diplomática.
Turk apresentou um relatório no Conselho de Direitos Humanos da ONU apontando a deterioração das liberdades fundamentais em Venezuela, citando 70 detenções antes das eleições regionais e legislativas recentes. Entre os presos, estão líderes da oposição, além de relatos de desaparecimentos forçados e maus-tratos desde 2024.
Segundo o Ministério Público, o informe de Turk é uma forma de interferência que ameaça a soberania e o sistema judiciário venezuelano, acusando o Escritório do Alto Comissariado de atuar como suporte para terroristas e mercenários nacionais e estrangeiros envolvidos em ações violentas contra o país.
O MP ressaltou que as detenções foram legais, seguindo o devido processo, e relacionadas a crimes como conspiração, traição à pátria, terrorismo e lavagem de dinheiro.
O Escritório do Alto Comissariado da ONU tem denunciado abusos contra os direitos de presos durante a crise política decorrente da controversa reeleição do presidente Nicolás Maduro no ano passado, momento em que aproximadamente 2.400 pessoas foram detidas em protestos pós-eleitorais.