Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que o ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, Marcelo Câmara, possa receber visitas de seus familiares no Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília, onde está detido.
A decisão foi tomada na tarde desta sexta-feira (20/6). Moraes ressaltou que as visitas poderão ser feitas presencialmente ou por meio virtual, desde que respeitadas as normas internas do batalhão e dentro dos horários permitidos para visitação.
Além disso, qualquer visita fora desse grupo familiar deve ser previamente aprovada pelo STF, com exceção dos advogados de Câmara, quem também deverão seguir as normas da unidade militar.
Marcelo Câmara é investigado em um processo que apura uma suposta tentativa de golpe para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022, que foram vencidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi preso na última quarta-feira (18/6) por determinação de Moraes, e em audiência de custódia realizada na quinta-feira (19/6), a prisão preventiva foi mantida.
Razão da prisão
A prisão de Câmara se deu sob acusação de obstrução da Justiça. O advogado do militar, Eduardo Kuntz, divulgou áudios de uma conversa entre ele e o tenente-coronel Mauro Cid, delator do suposto plano golpista, por meio de um perfil no Instagram.
Essas informações foram apresentadas pela defesa junto ao STF, e o diálogo entre o advogado e Cid configurou a obstrução.
Em declaração ao Metrópoles, Kuntz afirmou que a justificativa para a prisão é infundada e anunciou que vai recorrer da decisão na próxima segunda-feira (23/6), na tentativa de libertar seu cliente o mais breve possível.
Histórico
Marcelo Câmara havia sido detido em janeiro de 2024 e liberado em maio do mesmo ano, sob condições restritivas. A nova detenção ocorreu devido ao descumprimento dessas medidas, conforme estabelecido na ordem desta quarta-feira (18/6).