O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), definiu nesta quarta-feira (17/9) como deverá ser feita a escolta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) caso seja necessário que ele deixe sua casa para se dirigir a um hospital. A decisão exclui o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) dessa função, que agora ficará a cargo da Polícia Federal (PF) ou da Polícia Penal.
“Determino que todo o transporte, deslocamento e escolta de Jair Messias Bolsonaro deverá ser organizado, coordenado e realizado pela Polícia Federal ou Polícia Penal, conforme a necessidade da situação, sem a participação dos agentes do GSI, que permanecerão realizando a segurança dos familiares do custodiado. Intime-se, inclusive por meios eletrônicos, os advogados do custodiado. Oficie-se, com urgência, a Polícia Federal, a Polícia Penal e o GSI. Ciência à Procuradoria-Geral da República”, afirmou Moraes em sua decisão.
O ex-presidente encontra-se em prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto. No último domingo (14/9), precisou realizar um procedimento no hospital DF Star, mas houve demora ao sair da unidade hospitalar para entrar no carro. Diante disso, Moraes solicitou informações para compreender o motivo do atraso no transporte imediato.
Na segunda-feira (15/9), o ministro requisitou que a Polícia Penal do Distrito Federal encaminhe à Corte um relatório detalhado sobre a escolta ocorrida, contendo dados sobre o veículo utilizado para transportar Bolsonaro até o hospital e os agentes que acompanharam o ex-presidente durante a internação.
Câncer de pele diagnosticado em Bolsonaro
Jair Bolsonaro foi diagnosticado, nesta quarta-feira (17/9), com câncer de pele. O médico responsável pela equipe cirúrgica, Cláudio Birolini, confirmou a presença de lesões típicas da doença.
“Foram removidas oito lesões. Sete apresentavam suspeita de câncer de pele e, entre elas, duas se revelaram positivas para carcinoma de células escamosas, um tipo de tumor intermediário em termos de agressividade”, explicou Birolini após a saída do ex-presidente do hospital DF Star, onde esteve internado desde terça-feira (16/9).
O especialista ainda informou que Bolsonaro possui predisposição a esse tipo de câncer. As lesões foram identificadas em estágio inicial e, inicialmente, requerem apenas avaliações regulares e acompanhamento médico contínuo.
“Uma das feridas localiza-se no tórax e outra no braço”, detalhou o médico.
Essas lesões foram descobertas durante uma cirurgia realizada em abril deste ano, quando Bolsonaro permaneceu internado por mais de dez dias para tratar uma obstrução intestinal. Naquela ocasião, o médico optou por não realizar intervenções adicionais nas lesões.