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domingo, 22/06/2025




Militares pedem cautela sobre sucesso do ataque ao Irã

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IGOR GIELOW
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O principal líder militar dos Estados Unidos, general Dan Caines, afirmou no domingo (22) que ainda é cedo para confirmar se o ataque aéreo às três instalações nucleares do Irã conseguiu eliminar a capacidade de Teerã de desenvolver a bomba atômica.

Caines comentou que os danos causados em Fordow, Natanz e Isfahan foram graves, porém evitou acompanhar o tom triunfante do presidente Donald Trump, do vice JD Vance e do secretário de Defesa Pete Hegseth, que falaram na completa destruição do programa nuclear iraniano.

O comentário do general, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, é sensato: não há tropas no local para verificar os estragos. Ataques anteriores liderados por Israel haviam atrasado o programa nuclear iraniano em cerca de três anos, segundo informações de Tel Aviv.

A divulgação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), informando que não houve contaminação radioativa, indica que as infraestruturas foram provavelmente destruídas, mas o urânio enriquecido iraniano pode estar intacto.

Além disso, o conhecimento necessário para fabricar a bomba permanece, mesmo após o assassinato de vários cientistas nucleares israelenses, pois o saber não desaparece com eles.

Para Trump e Binyamin Netanyahu, o essencial é declarar uma vitória significativa, mesmo que isso apenas adie o problema. Militarmente, no entanto, a operação foi impressionante.

Caines explicou a Operação Martelo da Meia-noite, chamada assim porque os bombardeiros B-2 partiram da base de Missouri (EUA) por volta das 22h de sexta-feira para sábado (horário de Brasília).

Foi uma ação muito complexa, com táticas de engano que geraram dúvidas durante o sábado (21), quando radares de tráfego aéreo observaram o deslocamento dos bombardeiros e aviões-tanque em direção ao Pacífico, motivo para especulação que os B-2 iriam para Guam ou Diego Garcia, bases americanas potenciais para ataques ao Irã.

Dois esquadrões dos B-2 partiram, um deles voando para oeste com transponder ativado, permitindo o rastreamento pela mídia, e o Pentágono confirmou que iriam para Guam.

Os B-2 foram fundamentais, pois Israel não possui capacidade de atacar instalações altamente subterrâneas; somente os bombardeiros americanos podem lançar a bomba GBU-57, recurso desejado por Tel Aviv desde o início das hostilidades na última sexta (13).

Enquanto um grupo se dirigia ao Pacífico, sete B-2 seguiram para o leste, sobre o Atlântico e Mediterrâneo, rumo ao Irã. Eles chegaram em 18 horas, apoiados por aviões para reabastecimento em voo, e um submarino americano lançou 24 mísseis Tomahawk contra Isfahan e Natanz.

Os B-2 foram escoltados por caças F-35 e F/A-18 que realizaram ataques preventivos para suprimir a defesa aérea, abrindo caminho. Caines ressaltou que não houve reação do Irã, nem tiros antiaéreos ou interceptações, sinalizando a eficácia da campanha de uma semana feita por Israel contra instalações militares iranianas.

As superbombas foram lançadas inicialmente em Fordow, onde imagens da Maxar mostram seis crateras, mas o Pentágono revelou apenas o total de 14 GBU-57 usadas, considerando também Natanz.

De 16h40 a 17h05, horário de Brasília, os alvos foram atingidos, e os B-2 retornaram à base após um voo ininterrupto de 37 horas.

Donald Trump anunciou a ação às 20h54, revelando a maior operação com o B-2 na história, uma aeronave extremamente cara, avaliada em cerca de R$ 11 bilhões cada, com 19 unidades no arsenal americano.

No total, 125 aviões participaram do ataque, que também incluiu o lançamento de 75 mísseis de precisão além dos 24 Tomahawk.




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