Daniel Xavier
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A capital federal, que conta com mais de 4,2 milhões de habitantes, ocupa a terceira posição no Brasil em número de pessoas com dívidas em atraso, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro, conforme o Mapa de Inadimplência e Negociação de Dívidas do Brasil, divulgado pela Serasa. Para levantar o perfil do endividamento bancário, a Serasa realizou uma pesquisa entre 23 e 29 de maio deste ano com 921 credores de instituições como Banco do Brasil, Bradesco e Pic Pay.
O relatório mostra que Brasília apresenta mais de 1 milhão de registros de inadimplência, sendo que 568.719 correspondem a dívidas bancárias. Giovani Inocente, educador financeiro da Serasa, comenta que esse número é elevado para a cidade. “No Distrito Federal, contamos com mais de 8 milhões de dívidas. Apesar da cidade ser pequena, sua atividade econômica é intensa, o que reflete no perfil dos consumidores e explica sua posição no ranking”, destaca ele.
Sobre o perfil do DF, Giovani destaca que, por ser um centro político, com grande circulação populacional, migração e renda elevada, a taxa de inadimplência é alta, principalmente em relação a instituições financeiras. São Paulo e Rio de Janeiro também apresentam números altos. “As capitais atraem pessoas de diversas localidades e, junto com seu próprio perfil, acumulam um volume maior de dívidas, refletindo uma realidade nacional de elevado endividamento bancário”, explica o especialista.
Cartão de crédito lidera dívidas
O cartão de crédito continua sendo a principal fonte das dívidas no Distrito Federal, seguindo a tendência nacional. De acordo com Giovani Inocente, 69% das dívidas locais são decorrentes desta modalidade. Ele esclarece: “O cartão de crédito é o grande vilão em quase todos os estados, representando 69% das dívidas. Em seguida, aparecem os empréstimos, que somam 56%.”
Os altos juros do cartão explicam sua influência negativa. “O juro elevado é o que torna o cartão tão problemático”, afirma o educador. A taxa de inadimplência no DF acompanha a média brasileira, com pelo menos metade da população com registro negativo. “O DF está alinhado com o padrão nacional, ligeiramente abaixo de algumas capitais, mas mantendo cerca de 50% da população inadimplente”, complementa.
Ao analisar o perfil do devedor, percebe-se que muitos utilizam múltiplas formas de crédito simultaneamente, como cartão, cheque especial e empréstimos. “Esses consumidores recorrem ao crédito para suprir suas necessidades, mas diante de situações como perda de renda ou desemprego, não conseguem honrar todas as dívidas”, explica Giovani.
No país, a inadimplência tem crescido, atingindo 77 milhões de brasileiros negativados. Atualmente, 35 milhões possuem dívidas bancárias, dos quais 11 milhões têm débitos exclusivamente com instituições financeiras. No total, há mais de 65 milhões de débitos vinculados a bancos.
Iniciativas para renegociação
Os altos juros são um dos principais obstáculos para que os inadimplentes regularizem suas situações. Giovani Inocente ressalta que, apesar do desejo de pagar, o montante final inviabiliza muitos acordos. Para melhorar esse cenário, a Serasa promove ações como o mutirão Desenrola, com condições especiais de negociação.
Entre 16 e 30 de junho de 2025, a plataforma Serasa Limpa Nome disponibilizará mais de 400 milhões de ofertas para renegociação com instituições financeiras parceiras. Alguns descontos poderão chegar a até 97%, com parcelas a partir de R$ 9,90 e acordos de até R$ 100. No Distrito Federal, serão 8 milhões de ofertas para facilitar a quitação de dívidas. Giovani conclui: “O objetivo é oferecer condições acessíveis para que o consumidor regularize suas pendências. Apesar da população menor, o DF concentra um volume expressivo de dívidas devido ao seu perfil econômico.”
Como participar
Consumidores interessados em renegociar dívidas podem acessar o mutirão Serasa Limpa Nome por diversos canais: pelo site serasalimpanome.com.br, pelo aplicativo da Serasa (Google Play e App Store), pelo WhatsApp (11) 99575-2096, ou presencialmente em mais de 10 mil agências dos Correios em todo o país. No atendimento presencial, há uma taxa de R$ 4,20 por dívida negociada e R$ 3,00 por consulta ou reimpressão de boletos.
Para participar, basta baixar o aplicativo da Serasa, informar o CPF e completar o cadastro. Ao acessar a plataforma, o consumidor poderá visualizar suas dívidas e pontuação de crédito. Então, deve clicar em “Ver ofertas” para escolher as condições de pagamento com os descontos aplicados. Após selecionar a melhor opção, é possível finalizar o acordo via boleto ou Pix, concluindo o pagamento conforme preferir. A renegociação é totalmente digital, rápida e segura.