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sexta-feira, 22/11/2024
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Maioria das denúncias contra idosos é por violência psicológica, diz TJ-DF

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Casos de agressão verbal, como ameaças e insultos, são levados em conta. Maior parte das vítimas é mulher e filhos são os principais responsáveis.

Dados da Central Judicial do Idoso apontam que quase um terço das denúncias (31,4%) que chegaram até o Tribunal de Justiça do Distrito Federal são de violência psicológica. Em segundo lugar, vêm os casos de violência financeira (30,3%). Os números se referem ao primeiro semestre deste ano.

Fachada do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (Foto: Raquel Morais/G1)
Fachada do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (Foto: Raquel Morais/G1)

De acordo com o tribunal, a violência psicológica consiste em agressões verbais ou gestos que afetam a autoestima, a autoimagem, a identidade ou aterrorizam o idoso. Ameaças e insultos fazem parte desse critério.

A violência financeira é caracterizada pela exploração indevida da renda ou apropriação do patrimônio do idoso. Obrigar a pessoa a contrair empréstimos é uma forma de violência financeira. As menores incidências relatadas referiram-se ao abandono, auto-negligência e violência institucional.

“A violência financeira tem aumentado nos últimos anos em virtude do acesso facilitado ao crédito por parte dos idosos”, afirmou a juíza Monize Marques, uma das coordenadoras da Central Judicial do Idoso, em outra entrevista ao G1.

Relatório da violência de acordo com a Central Judicial do Idoso (Foto: TJDF/Reprodução)

Ela diz que os valores dos benefícios por idade também aumentaram e que esse fator permitiu maior participação desse público na economia, mas também maior assédio dos “abusadores”. “O idoso concede o seu crédito ao ofensor, que, infelizmente, é pessoa da família e detém a confiança da vítima.”

Segundo o TJ, as principais vítimas são mulheres (59,7%) e a faixa etária mais atingida foi de 76 a 80 anos (25,2%). Filhos (42,5%) e outros familiares (11,8%) são os principais responsáveis. Pessoas viúvas foram as mais afetadas (31,6%) e a faixa de renda mais comum é a que vai de um a dois salários mínimos (30,3%).

A região administrativa com maior número de casos de violência doméstica foi Ceilândia, com 26 casos, seguida do Plano Piloto, com 14 incidências, e de Taguatinga, com 11. De janeiro a junho, a Central do Idoso realizou 50 sessões de mediação e 190 convocações que terminaram em depoimentos do idoso ou de um familiar para apurar casos de violência.

A Central Judicial do Idoso é um projeto do TJ, do Ministério Público do DF e da Defensoria Pública. Ela funciona no 4º andar do bloco B do Fórum de Brasília e atende os idosos das 12h às 18h. O telefone de contato é (61) 3103-7609.

Dados do Disque 100
Os casos envolvendo pessoas com mais de 60 anos somaram 32.238 chamados em 2015, informou a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Em 39% das situações, houve relato de negligência. Idosas são as mais vulneráveis, segundo a pasta. Entidades como a Central Judicial do Idoso foram os órgãos mais alertados sobre as denúncias.

 

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