O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e a política econômica adotada pelo governo, em resposta à tentativa da Câmara dos Deputados de revogar o decreto que alterou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Lula destacou que o chefe da equipe econômica atua com seriedade e que o Executivo está empenhado em cumprir o arcabouço fiscal. “Há momentos em que devemos colocar os interesses individuais de lado para pensar no país. Vocês sabem o quanto o Haddad leva a sério a economia. Estamos há quase três anos empenhados em recuperar a economia”, salientou o presidente.
Ele lembrou os avanços promovidos pela equipe econômica, incluindo a aprovação da PEC da Transição, do novo arcabouço fiscal e da reforma tributária. “Gostaria que compreendessem que estamos fazendo tudo que podemos para elevar o nível do país”, acrescentou.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu colocar em pauta o projeto que anula os efeitos do decreto que modificou as alíquotas do IOF. Representantes do governo afirmam que a medida busca promover justiça tributária.
Lula enfatizou que a responsabilidade pelo futuro do país é compartilhada entre todos os poderes. “É crucial entender que cuidar do país é uma tarefa conjunta, não podemos atribuir a carga só ao Congresso Nacional ou ao presidente, ela é de todos nós”, defendeu o líder petista.
Respondendo às críticas do setor empresarial sobre o aumento da carga tributária, Lula argumentou que a tributação atual é menor que em 2011 e lamentou que muitos empresários não considerem os R$ 860 bilhões em desonerações concedidas, enquanto se opõem a investimentos em educação.
Em uma reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), foi decidido aumentar a proporção obrigatória de etanol na gasolina de 27,5% para 30% e a do biodiesel no diesel de 14% para 15%. Espera-se que essa medida auxilie no controle do aumento dos preços dos combustíveis.
Essa alteração pode influenciar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que também sofre pressão devido ao possível aumento na conta de energia elétrica, provocado pela revogação de vetos presidenciais relativos à Lei das Eólicas Offshore.