O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta segunda-feira (24/11), durante um discurso em um fórum empresarial em Moçambique, que o biodiesel refinado produzido pela Petrobras é de tal pureza que “dá até para beber”. Lula defendeu a ampliação das exportações brasileiras de combustíveis e expressou interesse em testar o produto nacional na Alemanha, com o objetivo de superar barreiras impostas pelos fabricantes europeus.
“Há muito tempo tentamos introduzir o biodiesel no mercado mundial, mas os fabricantes de motores sempre resistiram, alegando várias razões. Isso já não é mais válido. Além disso, a Petrobras agora refina o biodiesel totalmente misturado com o diesel, resultando em um combustível superior a qualquer outro. Dá até para beber, Fernando Haddad. Os carros aceitam e consomem muito”, brincou Lula, citando seu ministro da Fazenda.
Lula anunciou ainda que pretende apresentar o biodiesel brasileiro na Hannover Messe, a maior feira industrial do mundo, em abril de 2026. O convite para o Brasil participar como país convidado de honra foi feito recentemente pelo chanceler alemão, Friedrich Merz, durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), realizada em Belém.
“Quero ir até lá para demonstrar qual é a gasolina e o óleo diesel que geram a menor emissão de CO² no planeta. Quero comprovar que é o brasileiro. (…) Pretendo realizar os testes na Alemanha, junto à direção da Mercedes-Benz, pois temos tentado inserir o biodiesel no mercado mundial há tempo, enquanto os fabricantes de motores resistem com várias justificativas”, afirmou Lula.
Embora tenha mencionado a Europa, o foco do discurso de Lula estava na África, onde se encontrava. “Devemos muito ao continente africano, e essa dívida não se paga com dinheiro, mas por meio da amizade, solidariedade e transferência de tecnologia. A Petrobras já atuou em diversos países africanos, assim como várias empresas brasileiras de engenharia”, afirmou o presidente.
Lula ressaltou o desejo de expandir a presença brasileira no agronegócio africano, com ênfase em combustíveis renováveis. “Estou retornando a Moçambique com minha equipe e trouxe cinco importantes iniciativas. Entre elas, está a intenção de trazer a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para a região.Tenho o sonho de fazer da savana africana uma área produtiva semelhante ao cerrado brasileiro, expandindo a produção de novas culturas, como o biodiesel e o etanol”, explicou.
