O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), entrou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) depois de várias conquistas do governo Lula.
Sóstenes atua como suplente no grupo que inclui seu partido e outras siglas como União Brasil, PP, MDB, PSD, Republicanos, Podemos e a federação PSDB-Cidadania.
Ele afirmou ao Estadão: “Vim para ajudar e trabalhar junto com o líder Rogério Marinho (PL-RN) no Senado, para retomarmos as vitórias nas votações nas próximas semanas”.
Com a chegada de Sóstenes, o governo Lula reforçou sua posição na CPI do INSS, revertendo a situação que havia dado a presidência e relatoria ao grupo da oposição, garantindo maioria nas votações mais importantes.
A base governista conseguiu evitar a convocação de José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Lula, e impediu a prisão de Milton Baptista de Souza Filho, líder do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), sindicato ao qual Frei Chico está vinculado.
A oposição de direita vê o movimento do governo e de aliados ao centro como uma forma de proteger pessoas que poderiam ajudar nas investigações sobre fraudes relacionadas a descontos indevidos em associativas. Para esses opositores, o sucesso do Centrão se deve a acordos políticos
Em uma visita recente ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Brasília, onde ele está em prisão domiciliar, Sóstenes disse confiar no trabalho de Rogério Marinho para reorganizar a base e prometeu que a oposição tentará apresentar um novo pedido para convocar Frei Chico.
Pedido por mais união
Durante o encontro, Bolsonaro pediu que os líderes dos partidos de direita se unam mais para enfrentar o governo Lula, mirando as eleições de 2026.
“Bolsonaro quer mais encontros frequentes entre presidentes de partidos para obter melhores resultados e vencer nas eleições de 2026”, explicou Sóstenes após a visita.
Em setembro, os partidos União Brasil e Progressistas (PP) anunciaram que deixariam o governo Lula para montar uma candidatura forte à direita contra o PT. Governadores como Tarcísio de Freitas (Republicanos, São Paulo), Ronaldo Caiado (União, Goiás) e Ratinho Júnior (PSD, Paraná) são possíveis líderes desse grupo, mas a decisão ainda não foi tomada.
Sóstenes informou que Bolsonaro também perguntou sobre a anistia dos atos de 8 de Janeiro, tema que interessa ao ex-presidente e que os bolsonaristas tentam aprovar na Câmara para perdoar investigados desde 2019.
O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator do projeto, aguarda o retorno do texto pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), com o compromisso do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de colocar a votação em pauta. Se o texto proposto reduzir as penas em vez de conceder anistia total, o PL apresentará destaque para ampliar o perdão.
Estadão Conteúdo