A banda Blitz retoma influências da origem do grupo em Aventuras II
Trinta e quatro anos separam o LP As aventuras da Blitz, que tem a “faixa hit” Você não soube me amar, do disco de continuação, Aventuras II, lançado neste ano pelo grupo Blitz. “Na verdade, foi uma série de coincidências, porque agora nós temos um estúdio próprio para gravar e fizemos com mais calma. Fizemos do nosso jeito, como foi o primeiro disco, e achamos que ele estava tão forte quanto o estreante, por isso ganhou o nome de Aventuras II”, explica o vocalista Evandro Mesquita.
Desde o início da concepção de Aventuras II até a conclusão, foram dois anos e meio de processo gravado no estúdio próprio da banda, intitulado Toca da Onça. O álbum tem sido apontado pela banda como um novo começo para a Blitz, que lançou o último disco em 2013, Blitz 30 anos, e está com a mesma formação há dez anos. “Está um disco contundente, fora dos padrões de modinha, com personalidade”, define o cantor. Além disso, é um álbum que retoma as influências originais da banda surgida nos anos 1980.
O disco
Aventuras II tem 13 faixas, sendo que sete delas com participações especiais, e apenas uma não tem composição de Evandro Mesquita, a música Rei do gatilho, de autoria de Miguel Gustavo. “Virou uma grande celebração. Decidimos pelas participações organicamente. Por encontros no aeroporto, ligações. Virou uma grande festa”, conta.
Assim, a Blitz convidou MC Cert (Estrangeiro aventureiro), Zeca Pagodinho (Fominha), Frejat (Baile quente), Alice Caymmi (Noku pardal), Seu Jorge, Andreas Kisser e Pretinho da Serrinha (Martelinho de ouro), Sandra de Sá (Julia, Leila e Edgar) e Paralamas do Sucesso e Davi Moraes (Nu na ilha).
A banda estará na capital em 31 de dezembro para show no Réveillon do Lago, no Clube do Congresso. O show está previsto para as 22h. No repertório, sucessos da carreira, além de faixas de Aventuras II. Entrada a R$ 520 (área gold – mulher) e R$ 600 (área gold – homem); R$ 700 (camarote – mulher) e R$ 820 (camarote – homem). Valor de inteira e segundo lote. Assinantes do Correio Braziliense têm 60% de desconto no ingresso inteiro. Válido para 200 assinantes nos setores gold e camarote. Não recomendado para menores de 18 anos.
Duas perguntas // Evandro Mesquita
Atualmente, como a banda Blitz se insere no mercado da música?
Acho que o momento em que estamos vivendo na música é muito parecido quando a gente começou. Nada do que tocava no rádio emocionava a gente, fora os grandes mestres, claro, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque… Era só um lixo estrangeiro. Agora é um momento meio parecido, nebuloso, de muita coisa fora do nosso universo (da Blitz). Mas tem uma garotada que redescobriu a banda nos discos dos mais velhos, pais, irmãos, que cantam as nossas músicas. Mas também tem muita gente que não sabe quem é a banda, o que é engraçado. O Brasil tem essa variedade de ritmos, de bandas, de “galãzinhos”. Tem os sertanejos, por exemplo, que arrastam multidões. Nós vamos na nossa.
Vocês estão há 10 anos com a mesma formação. Como é manter essa relação entre os integrantes da banda?
É um casamento a sete pessoas. Se a dois já é difícil, imagina a sete? Mas estamos conseguindo uma harmonia bacana. A gente também precisa dessa energia legal para subir no palco. Se começar a virar grupo de análise, ter brigas, ciúmes, a banda acaba.
Aventuras II
De Blitz. Deck Music, 13 faixas. Preço médio: R$ 19,90. Disponível nas plataformas digitais.
