O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) manifestou, nesta quinta-feira (4/12), sua oposição ao posicionamento do Partido dos Trabalhadores (PT) contra o testemunho da presidente do Palmeiras, Leila Pereira, na CPMI do INSS. A comissão parlamentar, além de ouvir depoimentos, analisa vários pedidos para convocar e chamar autoridades e empresários.
Kim Kataguiri criticou o governo por se posicionar contra a convocação dos CEOs de bancos. Até agora, o comitê, com o apoio governamental, rejeitou a convocação da presidente do Palmeiras e dos CEOs do Santander, C6 e PicPay. Também foi rejeitada a quebra de sigilo da Zema Crédito.
O deputado afirmou: “É necessário que a senhora Leila venha aqui prestar esclarecimentos. Qual o interesse do PT em proteger a Leila? Eu pensava que o Lula fosse corintiano. Acho estranho que o PT quer proteger algumas instituições financeiras, enquanto outras são deixadas à vontade.”
Está prevista a votação de 181 pedidos para convocações de autoridades e empresários envolvidos em suspeitas relacionadas a empréstimos consignados e favorecimentos financeiros.
Entre as pessoas discutidas estão:
- Wolney Queiroz, ministro da Previdência;
- Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, recentemente fechado pelo Banco Central;
- Jorge Messias, ministro-chefe da AGU, alvo de denúncias no período de sua gestão;
- Romeu Zema, governador de Minas Gerais, citado em investigação sobre suposta vantagem à Zema Financeira, ligada à sua família;
- Fábio Luís Lula da Silva, conhecido como Lulinha, convocado para esclarecer possíveis relações com operadores envolvidos em esquema irregular de descontos em aposentadorias.
A expressão “farra do INSS” ganhou destaque em dezembro de 2023, após reportagens revelarem o aumento significativo das cobranças indevidas de associações sobre aposentados, com valores chegando a R$ 2 bilhões em um ano. Essas entidades estavam envolvidas em milhares de processos por filiações fraudulentas.
Essas descobertas motivaram a abertura de inquéritos pela Polícia Federal e impulsionaram investigações pela Controladoria-Geral da União (CGU). A Operação Sem Desconto, lançada em abril, resultou na demissão do então presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi. No total, 38 reportagens do portal foram citadas pela Polícia Federal como base para a operação.
A sessão desta quinta teria como primeiro depoente Silas da Costa Vaz, secretário da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares do Brasil (Conafer). No entanto, ele apresentou um atestado médico por estar com dengue.
Silas Vaz foi convocado após relatório da CGU indicar que 97,6% dos beneficiários entrevistados disseram não ter autorizado os descontos aplicados nos seus benefícios. Quase 96% também afirmaram não pertencer às associações que efetuaram as cobranças.

