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terça-feira, 24/06/2025




Junho amarelo mostra os desafios da afasia e reforça a empatia no cuidado aos pacientes

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No mês dedicado à conscientização sobre afasia, conhecido como Junho Amarelo, a equipe de fonoaudiologia do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) realizou uma campanha educativa nas alas de neurologia e neurocirurgia. A ação foi direcionada a acompanhantes e profissionais da saúde, com o intuito de aumentar a compreensão sobre as dificuldades enfrentadas por pessoas com esse distúrbio de linguagem.

A afasia é uma condição que afeta a comunicação, comprometendo a fala, a escrita, a leitura e a compreensão, geralmente causada por acidentes vasculares cerebrais (AVCs) ou traumas cranianos. Além das informações técnicas, a campanha ofereceu uma experiência prática e emocional. Atividades como o jogo telefone sem fio, mímica e tarefas de interpretação foram usadas para representar os obstáculos enfrentados pelos pacientes afásicos.

“Queríamos que acompanhantes e profissionais sentissem, mesmo que por um momento, a frustração de uma pessoa que tenta se comunicar mas não consegue. Quando a linguagem falha, o afeto deve prevalecer”, explica a fonoaudióloga Aline Monteiro, do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF), que administra o HBDF.

Bartira Pedrazzi, chefe da fonoaudiologia do hospital, ressalta que o trabalho da equipe vai além da reabilitação. “Nosso objetivo é abordar temas pouco discutidos, como a afasia, e destacar o papel fundamental dos acompanhantes como facilitadores da comunicação dos pacientes”, diz.

O impacto da ação ficou claro nos depoimentos dos participantes. Bianca Silva, filha de Maria das Dores, 58 anos, diagnosticada com afasia após um AVC, compartilhou as dificuldades do cotidiano: “Às vezes minha mãe fala coisas que não fazem sentido. É preciso muita paciência. Uso bastante a internet para nos ajudar a nos comunicar. Essa atividade será muito útil para mim.”

Outro participante, Robson Carvalho, que acompanha a ex-esposa Nilza Gregório, internada há 45 dias após um aneurisma, comentou: “Ela perdeu algumas palavras, mas cada pequena conquista é uma vitória. O mais importante agora é ter paciência, carinho e estar presente.”

Com uma equipe de 38 fonoaudiólogos distribuídos pelo hospital, o IgesDF oferece atendimento especializado em diversas áreas, com foco especial nos setores que atendem um grande número de pacientes neurológicos. Bartira enfatiza: “Nosso propósito é proporcionar um cuidado humanizado, indo além dos aspectos técnicos, com acolhimento e atenção contínua.”

Ao final da atividade, os participantes receberam uma cartilha com orientações práticas, um QR Code para acesso a materiais educativos sobre afasia e uma lembrança simbólica do evento, promovendo um exercício de empatia e aprendizado que ultrapassa os limites do hospital.

Informações fornecidas pelo IgesDF.




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