A guerra do Kosovo, entre as forças sérvias e as forças pró-independência albanesa-kosovares, deixou 13.000 mortos, a maioria albaneses
O julgamento do ex-presidente kosovar Hashim Thaçi, acusado de crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos durante a guerra de independência (1998-1999) contra as forças sérvias, começa nesta segunda-feira, 3, em um tribunal especial de Haia.
Thaçi, 54 anos, um ex-guerrilheiro do Exército de Libertação do Kosovo (ELK), se declarou inocente em novembro de 2020 durante sua primeira audiência no Tribunal Especial para o Kosovo (KSC).
Hashim Thaçi, que assumiu a presidência do país em 2016, renunciou depois de ser acusado pelo KSC ao lado de outros três suspeitos, que também são julgados pelo KSC.
Crimes de Guerra do Kosovo: assassinatos, tortura e perseguição
Os quatro são suspeitos de responsabilidade em quase 100 assassinatos, desaparecimentos forçados, perseguições e torturas, supostamente cometidos entre março de 1998 e setembro de 1999.
O julgamento “oferece às vítimas a oportunidade, depois de tantos anos, de saber o que aconteceu”, destacou Hugh Williamson, diretor para Europa e Ásia Central da Human Rights Watch.
Thaçi, uma figura central da vida política do Kosovo durante duas décadas, defendeu sua inocência e acusa a justiça internacional de “reescrever a história”. Porém, ele prometeu “colaborar estreitamente com a justiça”.
A guerra do Kosovo, entre as forças sérvias e as forças pró-independência albanesa-kosovares, deixou 13.000 mortos, a maioria albaneses. O conflito acabou quando uma campanha ocidental de ataques aéreos em 1999 forçou a retirada das tropas sérvias.