José Antonio Kast foi eleito presidente do Chile neste domingo (14/12), após vencer o segundo turno contra a candidata de esquerda, Jeannette Jara. Esta eleição, uma das mais polarizadas desde o fim da ditadura militar, mostra uma inclinação clara para a direita na política chilena.
Kast assumirá a presidência em março de 2026 e enfrentará o desafio de governar com um Congresso fragmentado, agora mais alinhado à direita. Isso deve exigir negociações com forças de centro, limitando mudanças radicais.
Kast e a ditadura
A vitória representa a maior virada à direita desde a redemocratização. Durante a campanha, Kast propôs medidas como envio de militares a áreas críticas, construção de infraestrutura na fronteira e criação de uma força especial para deportar imigrantes irregulares.
A relação de Kast com o regime de Augusto Pinochet (1973–1990) foi tema central. No debate final, declarou que poderia reduzir penas para militares condenados por violações de direitos humanos, o que gerou críticas e reacendeu debates sobre o período autoritário.
Aos 59 anos, Kast admitiu já ter apoiado a permanência de Pinochet no plebiscito de 1988. Com esta vitória, torna-se o presidente mais alinhado à direita desde o fim da ditadura.
Primeiro turno e apoio
No primeiro turno, Kast e Jara ficaram empatados tecnicamente, ambos com cerca de 25% dos votos. A vantagem de Kast foi consolidada após receber apoio de líderes importantes da direita, como Johannes Kaiser e Evelyn Matthei. O terceiro colocado, Franco Parisi, pediu que seus eleitores votassem em branco, o que manteve a incerteza para o segundo turno.
Na reta final, Kast prometeu expulsar estrangeiros sem documentação em até 90 dias, enquanto Jara acusou seu rival de usar o medo para conquistar votos e defendeu uma abordagem de segurança com humanidade. A eleição evidenciou dois projetos muito distintos para o Chile, com diferenças marcantes em segurança pública, imigração e economia.
