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quinta-feira, 19/06/2025




Israel danifica alvos nucleares e militares do Irã

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As Forças Armadas israelenses intensificaram suas operações contra instalações nucleares e militares do Irã recentemente, em meio a um aumento nas tensões entre os dois países. Conforme informado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), esses ataques provocaram danos significativos em centros de enriquecimento de urânio e em instalações relacionadas ao programa de mísseis balísticos iraniano.

A ofensiva israelense teve início na última sexta-feira, 14 de junho, focando principalmente nas usinas nucleares de Natanz e Isfahan, além de múltiplos pontos militares estratégicos. O principal objetivo, segundo o comando militar de Israel, é desmantelar a capacidade iraniana de produzir armas nucleares e mísseis de longo alcance.

Em Natanz, considerada a maior instalação nuclear do Irã, os ataques comprometeram a infraestrutura elétrica da Usina de Enriquecimento de Combustível (FEP), onde estão instaladas aproximadamente 17 mil centrífugas. Rafael Grossi, diretor da AIEA, comunicou ao Conselho de Segurança da ONU que a destruição da subestação elétrica e dos geradores de emergência deve ter inutilizado uma parte considerável das centrífugas.

A Usina Piloto de Enriquecimento de Combustível (PFEP), também em Natanz, foi totalmente destruída. Essa unidade contava com centrífugas avançadas capazes de enriquecer urânio até 60% de pureza, um nível considerado preocupante para fins civis pela AIEA dado seu potencial uso militar.

Em Isfahan, terceira maior cidade do país, os bombardeios afetaram quatro estruturas do complexo nuclear, incluindo a Instalação de Conversão de Urânio (UCF) e laboratórios onde o urânio metálico era processado. A incapacidade de operar o UCF coloca em risco o fornecimento de matéria-prima essencial para as centrífugas iranianas.

A única instalação que até o momento não foi atingida é a usina subterrânea de Fordow, localizada em uma montanha e responsável por uma porção significativa do urânio enriquecido a 60% no Irã. No último trimestre, essa usina produziu 166 kg desse material, suficiente para alimentar cerca de quatro bombas atômicas se enriquecido a 90%, conforme parâmetros da própria AIEA.

Além dos alvos nucleares, Israel declarou ter atingido pelo menos 12 bases de lançamento e armazenamento de mísseis iranianos somente em 17 de junho. Fontes na região afirmam que 14 cientistas envolvidos no programa nuclear iraniano foram mortos desde o início dos ataques, o que, segundo Israel, representa um impacto severo na capacidade do regime de adquirir armas de destruição em massa.

O Irã, por sua vez, mantém que seu programa atômico tem finalidade pacífica, orientado para produção energética e pesquisas médicas, e está autorizado pelo Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) a enriquecer urânio. No entanto, potências ocidentais contestam o alto grau de enriquecimento, alegando que ultrapassa o necessário para fins civis.

Vladimir Putin, presidente da Rússia, ofereceu-se para mediar o conflito entre Israel e Irã. Essa proposta gerou desconforto no presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A iniciativa do Kremlin ocorre após a assinatura de um acordo estratégico com o Irã que inclui cooperação político-militar e apoio mútuo em fóruns internacionais, podendo se estender a pactos de defesa.

Durante o conflito, o apoio dos Estados Unidos a Israel permanece forte, embora ainda não tenha sido autorizada a entrega da bomba Massive Ordnance Penetrator (MOP), capaz de atingir bases subterrâneas altamente protegidas como Fordow. Essa arma é lançada apenas por bombardeiros B-2, que Israel não possui. A ausência desse armamento limita a capacidade de Israel de destruir completamente as instalações nucleares mais protegidas do Irã.




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