Faisal Hussein vai reunir amigos e parentes para ir à Arena Corinthians. No lugar de pipoca, tradição é comer esfirras e beber refrigerante.
Bandeira de seis metros e muita esfirra. Essa é a receita para um grupo de iraquianos que moram em São Paulo e vão torcer pela seleção de futebol masculino do Iraque nesta quarta-feira (10) em jogo pela Olimpíada Rio 2016. Cerca de 350 nativos do país do Oriente Médio devem ir à Arena Corinthians, em Itaquera, para assistir ao duelo com a África do Sul.
Confiantes, eles acreditam que a seleção iraquiana vai conseguir a classificação para a próxima fase da competição.
“A gente imaginava perder de 2 a 0 para o Brasil, mas empatamos [no domingo (7)]”, afirmou ao G1 Faisal Hussein, de 70 anos, engenheiro que vive em São Paulo desde 1982.
“Nunca vi a seleção do Iraque em um estádio, vai ser a primeira vez. Já vi a seleção brasileia jogar, mas a do meu país ainda não.”
A tradição da torcida iraquiana, segundo ele, não é comer pipoca, nem amendoim ou cachorro-quente. “No cardápio, vai ter esfirra. A gente se reúne para torcer, junta a família e os amigos. Fizemos uma bandeira bem grande. Muitos amigos foram até Brasília ver o primeiro jogo, e o time jogou direitinho contra a Dinamarca”, lembrou Hussein, citando a partida de estreia de sua seleção, em 4 de agosto.
Fora do estádio, os iraquianos ensaiam gritos de guerra e palmas com os mais jovens e inexperientes na torcida. “A gente grita: Iraque! Iraque! Iraque!’. E também: ‘Viva o Iraque, viva! Viva o Iraque, viva!’.”
“A bandeira que vamos levar para o estádio é a nova, sem as estrelas que são do tempo do Saddam Hussein [ex-ditador do Iraque]”, disse Ahmad Alwkil. E Husseim devolveu: “Vai ser um milagre a classificação”. “Se Deus quiser”, completou Alwkil.
O Iraque pode até terminar em primeiro lugar do Grupo A, se vencer a África do Sul e dependendo da combinação de resultados com o jogo Brasil x Dinamarca. E pode ainda se classificar deixando o Brasil fora da fase final da Olimpíada.