O Parlamento do Irã aprovou nesta quarta-feira (25/6) a decisão de interromper a colaboração com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), logo após o início do cessar-fogo proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Recentemente, o Irã sofreu uma série de ataques realizados por Israel e pelos Estados Unidos contra suas usinas nucleares.
Mohammad Bagher Ghalibaf, presidente do Parlamento iraniano, declarou após a votação que a AIEA comprometeu sua credibilidade internacional ao não condenar, ainda que minimamente, os ataques às instalações nucleares iranianas.
Ele acrescentou que a Organização Iraniana de Energia Atômica vai suspender a colaboração com a AIEA enquanto não for garantida a segurança das instalações nucleares.
Um relatório sigiloso da Defense Intelligence Agency do Exército americano, divulgado na imprensa em 24 de junho, indicou que o programa nuclear do Irã foi, no máximo, atrasado por alguns meses após os ataques às três principais instalações nucleares.
O documento ressaltou que os danos foram menores do que o governo americano havia divulgado. Apenas as partes superiores das usinas nucleares de Fordo e Natanz foram afetadas pelas bombas e mísseis.
Os acessos a algumas instalações foram bloqueados, mas os prédios subterrâneos permaneceram intactos. As principais centrífugas continuam funcionando e os 400 quilos de urânio altamente enriquecido, que se supunha estar nas áreas atacadas, continuam desaparecidos, provavelmente removidos antes dos ataques.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou a veracidade do relatório, porém afirmou que ele está completamente errado. Segundo ela, o vazamento foi uma tentativa clara de desmerecer o presidente Donald Trump e os pilotos que realizaram a missão de destruir o programa nuclear iraniano com sucesso.
Contudo, essas informações contrariam totalmente as afirmações do presidente dos EUA, que dois dias antes da publicação do relatório, afirmou que as instalações nucleares do Irã haviam sido completamente destruídas, e reafirmou isso nesta quarta-feira.