O Parlamento do Irã está avaliando a possibilidade de aprovar uma lei para suspender a cooperação do país com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), conforme reportado pela agência de notícias Mehr. O presidente do parlamento iraniano, Mohammad Baqer Qalibaf, acusou a AIEA de agir de maneira política e de não respeitar a natureza pacífica do programa nuclear iraniano, além de desconsiderar o compromisso do Irã em não usar o programa de forma diferente.
Essas declarações foram feitas na segunda-feira, dia 23, após ataques realizados pelos Estados Unidos contra instalações nucleares do Irã durante o final de semana, além da contínua ofensiva de Israel contra o país persa.
Mais cedo, o diretor da AIEA, Rafael Grossi, declarou que os ataques causaram danos relevantes na usina de Fordow, que é a principal instalação de enriquecimento de urânio do Irã. Porém, a agência da ONU ainda não conseguiu concluir uma avaliação completa, e Grossi solicitou a cessação dos conflitos para que inspetores possam avaliar diretamente as instalações nucleares afetadas. Ele também afirmou que não houve aumento nos níveis de radiação na região.
O Irã admitiu que as instalações sofreram danos, porém afirmou ter transferido o urânio enriquecido antes dos ataques dos EUA. Grossi ressaltou que qualquer movimentação de material nuclear entre unidades protegidas deve ser comunicada, embora não tenha informado qual foi a resposta do Irã.