O parlamento do Irã votou neste domingo (22/6) pelo fechamento do Estreito de Ormuz, em reação aos ataques dos Estados Unidos contra o país ocorridos no sábado (21/6). Essa decisão ainda necessita da aprovação do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do líder supremo Ali Khamenei.
Na quinta-feira (19/6), o Irã ameaçou fechar o Estreito de Ormuz caso os Estados Unidos se envolvam no conflito ao lado de Israel. Este estreito é uma passagem marítima essencial para a saída do Golfo Pérsico, sendo utilizada pela maioria dos países exportadores de petróleo da região.
Seyyed Ali Yazdi Khah, parlamentar iraniano, declarou que os adversários devem estar cientes de que o país possui múltiplas opções e as usará, se necessário. Conforme o jornal Mehr, Teerã poderia bloquear esta rota estratégica para proteger seus interesses nacionais.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comunicou que as forças norte-americanas bombardearam três instalações nucleares no Irã no sábado (21/6), em meio à escalada dos confrontos entre o país do Oriente Médio e Israel.
Esmaeil Kowsari, membro do parlamento iraniano, defendeu o fechamento da principal rota marítima do Golfo Pérsico, que é crucial para a exportação de petróleo da maioria dos países da região. Segundo ele, a decisão final pertence ao Conselho Supremo de Segurança Nacional.
O Estreito de Ormuz é um local estratégico no Golfo Pérsico, sob controle do Irã, e de grande importância para o comércio regional. Aproximadamente 21% do petróleo mundial transita por ali, o que pode gerar um impacto significativo no comércio global se o estreito for bloqueado.
De acordo com um relatório da seguradora holandesa ING, uma interrupção relevante nesses fluxos poderá elevar os preços do petróleo para US$ 120 o barril. Se prolongada até o final do ano, o preço do petróleo tipo Brent pode superar o recorde de quase US$ 150 registrado em 2018.
Desde meados da semana passada, antes dos ataques israelenses a Teerã, diversas embarcações têm evitado o Mar Vermelho e o Golfo Pérsico. Cerca de 20% do consumo global de petróleo passa pelo Estreito de Ormuz, a única rota marítima que liga o Golfo Pérsico ao oceano aberto. A região é lar de grandes produtores de petróleo, incluindo Irã, Arábia Saudita, Iraque, Kuwait e Emirados Árabes Unidos.
O Irã é alvo dos ataques de Israel e é um dos maiores produtores mundiais de petróleo, com uma produção diária de 3,3 milhões de barris, representando quase 5% da produção global.
Além do petróleo, os valores do gás natural subiram significativamente no mercado internacional após a escalada do conflito entre Israel e o Irã.