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segunda-feira, 23/06/2025




Irã aprova plano para encerrar cooperação com agência nuclear da ONU

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Em meio a tensões crescentes com os Estados Unidos, o Comitê de Segurança Nacional do Parlamento do Irã aprovou, nesta segunda-feira (23/6), um projeto que propõe a suspensão total da colaboração com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de controle nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU).

Conforme explicou o porta-voz do comitê, Ebrahim Rezaei, a medida prevê a interrupção da instalação de câmeras de vigilância, o bloqueio de inspeções e o fim do envio de relatórios à AIEA.

Descrição geral do projeto de lei

As atividades com a agência só deverão ser retomadas quando a segurança das instalações nucleares iranianas estiver assegurada, conforme declaração de Teerã. O projeto ainda precisa passar pela aprovação do plenário do Parlamento.

Durante a sessão, o presidente da Casa, Mohammad Baqer Qalibaf, destacou o caráter pacífico do programa nuclear do Irã e acusou a AIEA de agir politicamente, citando um decreto religioso do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, que proíbe o desenvolvimento de armas nucleares, além de criticar a falta de compromisso da agência.

“O Irã não pretende desenvolver atividades não pacíficas, mas o mundo viu claramente que a AIEA virou um instrumento político”, disse Qalibaf.

Decisão sobre o Estreito de Ormuz

No domingo (22/6), o Parlamento iraniano aprovou unanimemente uma resolução para fechar o Estreito de Ormuz, rota estratégica por onde passa cerca de 20% do petróleo consumido mundialmente e mais de 35% do Gás Natural Liquefeito (GNL).

A medida é uma retaliação direta aos ataques aéreos dos Estados Unidos contra três instalações nucleares iranianas ocorridos no sábado (21/6).

A resolução ainda aguarda análise do Conselho de Segurança Nacional e aprovação final do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.

“Concluímos que o estreito deve ser fechado”, afirmou o parlamentar Ismail Kousari, membro do Comitê de Segurança Nacional e Política Externa.

Segundo ele, os bombardeios dos EUA violam a Carta da ONU e o Tratado de Não Proliferação Nuclear.

As instalações afetadas – Fordow, Isfahan e Natanz – estavam sob supervisão da AIEA e tinham fins civis, conforme o governo iraniano.

Impacto no comércio mundial

O Estreito de Ormuz é uma das rotas marítimas mais importantes do mundo. A costa norte é dominada pelo Irã, que controla grande parte da via. Por ali, países como Iraque, Arábia Saudita, Kuwait, Bahrein, Catar e Emirados Árabes Unidos exportam petróleo e GNL.

Mais de 80% dessas exportações destinam-se a países asiáticos como China, Índia, Japão e Coreia do Sul, enquanto o restante segue para a União Europeia.

Resposta do Parlamento ao ataque

Durante a sessão, Qalibaf atribuiu diretamente aos Estados Unidos a responsabilidade pelos ataques e garantiu que haverá resposta.

“Apesar de considerarmos este ataque uma consequência do fracasso estratégico do regime israelense, não iremos aceitar tal agressão. Daremos uma resposta que fará o presidente Trump lamentar ter cometido esse ato contra nosso país”, declarou.




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