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sábado, 28/06/2025




Investigação apura se exército de Israel ordenou tiros contra civis em Gaza

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São Paulo, 27 – O jornal israelense Haaretz divulgou reportagem em que comandantes das forças armadas de Israel teriam dado ordens para que tropas disparassem contra civis palestinos em filas de distribuição de alimentos na Faixa de Gaza, alegando controle de aglomerações. A Advocacia-Geral Militar, órgão responsável por investigar condutas militares, iniciou apuração sobre as denúncias.

Em resposta ao Estadão, o exército de Israel negou as acusações. Um porta-voz declarou: “Rejeitamos totalmente as alegações do artigo – as Forças de Defesa de Israel não ordenaram atirar deliberadamente contra civis, incluindo aqueles próximos aos pontos de distribuição”.

Fontes militares anônimas citadas pela reportagem referem-se aos locais de ajuda humanitária no sul de Gaza como “áreas perigosas” e afirmam que as ordens para dispersar multidões com tiros vinham dos comandos mesmo sem risco real. A Advocacia-Geral Militar afirmou ao Estadão que atua com uma equipe jurídica e militar para analisar fatos, coletar depoimentos e evidências. Este órgão tem autoridade para prisões e instaurar processos disciplinares e judiciais.

Casos de mortes

Um dos militares ouvidos afirmou que atirar em filas de alimentos viola o código de conduta militar. Damaris Giuliana, ex-gerente de comunicação da ONG Médicos Sem Fronteiras nos territórios palestinos até recentemente, disse que os pontos de distribuição tornaram-se uma armadilha:

“Se as pessoas chegam cedo demais, os soldados atiram. Se aparecem em horário apertado provocando aglomeração, também são alvejadas. E, se permanecem após o fim da distribuição, os tiros continuam”, relatou ao Estadão.

As mortes começaram em 27 de maio, quando Israel restringiu o trabalho de organizações internacionais como a Cruz Vermelha e Médicos Sem Fronteiras. A assistência passou a ser gerida por uma entidade chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF), criada nos Estados Unidos e contratada por Israel.

Desde que a GHF assumiu a distribuição, ocorreram 19 incidentes com 549 palestinos mortos em filas, segundo a ONU. A entrega de ajuda geralmente é confusa, com multidões correndo para receber suprimentos.

A Fundação foi presidida inicialmente por um ex-militar americano. Recentemente, recebeu aporte de US$ 30 milhões do Departamento de Estado dos Estados Unidos.




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