As negociações incluem países como França e Itália e uma grande fábrica na Alemanha
A iniciativa global de aumento de capacidade da Intel incluirá novas instalações na França e Itália e uma grande fábrica na Alemanha, de acordo com pessoas a par das negociações.
A França terá um centro de pesquisa e design e a Itália terá uma planta dedicada a teste e montagem, segundo as fontes, que pediram anonimato porque o plano ainda não foi anunciado. A fábrica principal provavelmente será construída na Alemanha. Essa expansão custará dezenas de bilhões de dólares.
O CEO Pat Gelsinger vem tentando recuperar o prestígio da maior fabricante mundial de semicondutores. A empresa perdeu sua vantagem tecnológica para a concorrência e cedeu participação de mercado. O enorme investimento visa reverter esse quadro. Gelsinger também pretende trazer mais capacidade de produção de volta para os EUA e Europa e diminuir o domínio da Ásia.
Representantes dos governos da França, Alemanha e Itália e porta-vozes da Intel nos EUA e Europa se recusaram a comentar.
Para a Europa, a iniciativa poderia reverter o declínio do continente como base de fabricação de chips, uma indústria que movimenta US$ 400 bilhões. A empresa americana tem uma fábrica na Irlanda e existem fábricas de microprocessadores que pertenciam à Advanced Micro Devices em Dresden, na Alemanha, e passaram para a Globalfoundries. No entanto, as plantas europeias geralmente não fabricam os semicondutores de lógica avançada que são o que há de mais moderno no segmento.
NXP Semiconductors e STMicroelectronics são as duas maiores fabricantes de chips do continente. Ambas se concentram em autopeças ou componentes para outros equipamentos, enquanto a Intel é especializada em chips avançados para computadores.
A escassez global de semicondutores renovou as preocupações em relação à concentração da produção na Ásia. A Taiwan Semiconductor Manufacturing e a sul-coreana Samsung Electronics fizeram grande progresso na produção de chips, forçando a Intel a correr atrás. Gelsinger argumenta que distribuir a capacidade de produção pelo mundo contribuiria para evitar os gargalos de abastecimento que têm prejudicado setores inteiros este ano, como o automotivo.
Para ajudar a bancar suas ambições, o executivo pediu dinheiro público na forma de incentivos fiscais e subsídios para fabricantes de chips dispostas a construir fábricas nos EUA e Europa.