Um dos maiores processos seletivos do Brasil, o Sisu do 2º semestre traz à tona alguns dos desafios que cercam a educação brasileira no restante deste ano
É em um momento conturbado para o Ensino Superior brasileiro que estudantes vão tentar algumas das 51.000 vagas disponíveis nas instituições públicas nacionais. Começam a partir desta terça-feira, 7, as inscrições para a edição 2020 do segundo semestre do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que seleciona para vagas nas universidades públicas por meio da nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Além dos cursos presenciais, é a primeira vez que o Sisu vai ofertar vagas na modalidade a distância (EaD). Os estudantes que desejam concorrer a uma dessas vagas devem acessar o site do programa (https://sisu.mec.gov.br).
A inscrição vai até sexta-feira, 10, e o resultado do processo sai em 14 de julho. Caso não seja aprovado, o aluno pode se inscrever em uma lista de espera na sequência. Podem participar da seleção todos os candidatos que fizeram o Enem em 2019 e não tiraram nota zero na redação. Em alguns cursos as instituições exigem uma nota mínima no Enem.
Um dos maiores processos seletivos do Brasil, o Sisu do segundo semestre traz à tona alguns dos desafios que cercam a educação brasileira no restante deste ano. As mais de 8,4 milhões de instituições de Ensino Superior no Brasil ainda não retornaram às aulas presenciais em meio à pandemia do novo coronavírus e se voltam ao ensino remoto desde março — que precisou ser estruturado ou aperfeiçoado às pressas na maioria das faculdades. Os estudantes que se inscreverem nesta semana para começar a faculdade no segundo semestre possivelmente ainda terão toda ou parte da instrução online.
O país também está sem ministro da Educação desde a saída de Abraham Weintraub no dia 18 de junho. É ao Ministério da Educação (MEC) e suas autarquias subordinadas que compete organizar o Sisu, o Enem deste ano (ainda sem data definida) e comandar as universidades federais.
No último fim de semana, o empresário Renato Feder, atual secretário de Educação do Paraná, usou as redes sociais para declinar o convite feito pelo presidente Jair Bolsonaro para que ele assumisse o cargo. O presidente não chegou a anunciar formalmente o convite, mas internamente a escolha não agradou às duas principais alas do governo, a dos militares e a ligada ao escritor Olavo de Carvalho. Ambas pressionaram Bolsonaro para retirar o convite.
Na última semana, outro nomeado, Carlos Alberto Decotelli, chegou a ter o nome publicado no Diário Oficial da União, mas não tomou posse após inconsistências em seu currículo.
Bolsonaro pode escolher um ministro ainda nesta semana, mas vem tendo dificuldade em encontrar candidatos ao cargo. Após viagem do presidente a Santa Catarina para sobrevoar as áreas atingidas pelo ciclone-bomba, um nome que passou a ganhar força é de Aristides Cimadon, reitor da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc).